SEGURANÇA

Desaparecimento de Homero dos Santos completa dois anos em Candiota

Família disse ao TP estar desesperada sem uma solução para o caso, mas que ainda tem esperanças de que ele seja localizado com vida

Homero foi visto pela última vez dia 21 de abril de 2019 Foto: Divulgação TP

” A gente já não sabe mais nem o que fazer”. Com esta frase, Adriana Barroso de Souza falou sobre a situação vivida por ela e a família em Belo Horizonte, desde o desaparecimento do esposo, Homero Rocha dos Santos, ocorrido em 21 de abril de 2019, em Candiota.
Com 33 anos na época, Homero veio para o Sul a trabalho para retornar em breve, porém, desde aquela data, nunca mais foi visto ou deu notícias de seu paradeiro para a família. Na época, um Boletim de Ocorrência foi registrado pelo irmão de Homero, mas nenhuma pista chegou até a família ou a polícia sobre o caso. O caso está completando dois anos na próxima semana, dia 21.
Por telefone, diretamente de BH, Adriana falou ao jornal como a família vive desde o desaparecimento de Homero. Ela contou sobre a última conversa que teve com o marido. “No dia 19 ele me disse que estava indo trabalhar em Candiota e no dia 20 ele deu notícias pelo WhasApp dizendo que estava tudo bem, que não ia demorar e que em 15 dias retornava; já no dia 21 não foi mais localizado, fiquei sabendo do desaparecimento. Não sabemos mais o que fazer, colocamos anúncios no Facebook, buscamos informações, mas até agora não obtivemos nenhum retorno da polícia de Candiota. Estamos sem notícias nenhuma”, contou.
Adriana ainda falou sobre a filha do primeiro casamento de Homero e sobre como ele era em casa com a família. “Ela tem 16 anos e não sabemos mais o que falar pra ela, ela está desesperada achando que o pai está morto e na verdade, também achamos. Ele nunca ficou um dia sequer sem dar notícias. Vivemos dias de tristeza, pois ele quando estava aqui conosco era uma pessoa muito alegre, brincava com todo mundo, era um homem trabalhador. Gostava de tomar uma cervejinha no final de semana, mas nada que pudesse prejudicar alguém. Hoje, nossa rotina é levantar e colocar alguma coisa nas redes a procura do Homero. Constantemente procuramos informações em hospitais, Institutos Médicos Legais, locais de pessoas desaparecidas”, relatou Adriana.
Ela também falou da preocupação com a mãe de Homero, Maria das Dores Rocha dos Santos, que nunca parou de procurar pelo filho. “Chega a dar dó, ela só fala no filho, a cada dia que passa parece que a tristeza dela aumenta. Única coisa que ela fala é sobre a vontade de ver o filho antes de morrer. É muita tristeza”, frisou Adriana, que diz esperar por notícias. “Queremos saber se ele está vivo ou morto. Peço que se ele estiver morto que nos mostrem, pois ele merece um enterro digno”.

Adriana (C), na foto entre o filho (E) e Homero (D), disse ao TP que a rotina da casa durante os dois anos de desaparecimento é procurar por notícias do paradeiro do esposo Foto: Arquivo Familiar/Especial TP

INVESTIGAÇÃO – A família de Homero questiona a falta de informações sobre o seu paradeiro. A esposa questiona porque tantas pessoas são encontradas e nenhuma informação relacionada ao Homero é repassada há família. “A polícia de Candiota não da nenhuma notícia, fica todo mundo calado. Porque não achar também o Homero? Como uma pessoa some assim?”.
Nesta semana o TP também contatou com o delegado de polícia Cristiano Ritta, responsável pela Delegacia de Polícia de Candiota. Segundo Ritta, não há nenhuma novidade sobre o caso. “Nenhuma novidade quanto ao desaparecimento, não tivemos nenhuma informação dele”, respondeu o delegado.

RELEMBRE – Homero foi visto pela última vez quando saiu do alojamento onde morava no bairro João Emílio, em Candiota, por volta das 12h30 do dia 21 de abril de 2019. Apenas algumas informações desencontradas chegaram até o seu irmão Heros Rocha dos Santos – que também estava trabalhando em Candiota, mas por uma questão econômica precisou retornar a Belo Horizonte.
Heros relatou ao programa Cidade Alerta, da Rede Record Minas, em uma entrevista na época, que na noite anterior ao desaparecimento, o irmão Homero apresentava sinais de ansiedade. “Ele deitava, levantava assustado, deitava de novo. Depois de 24 horas do desaparecimento dele entregamos cartazes, procuramos a polícia, mas nada. Recebemos a notícia de que ele havia sido visto na Vila Residencial, em Candiota, apresentando comportamento estranho e falando sozinho. Ele tinha vício em bebida alcoólica, mas estava há bastante tempo sem beber. Às vezes parecia que esquecia algumas coisas. Pedimos que fosse rastreado o celular dele, mas segundo a polícia, nenhuma ligação foi feita pelo meu irmão”, disse na época.

INFORMAÇÕES – Qualquer informação do paradeiro de Homero pode ser comunicada à Delegacia de Candiota pelo telefone (53) 3245-7226 ou Brigada Militar pelo 190 ou (53) 3245-5121.

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