8 DE MARÇO

Dia internacional delas – Mulheres que se destacam na região

Para homenagear todas as mulheres neste dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher, o TP traz nesta edição a história de três mulheres que se destacam em suas profissões. Cada uma falou sobre a sua história, profissão e obstáculos vencidos.

Vereadora Nádia foi a terceira mais votada em Pedras Altas Foto: Arquivo TP

NÁDIA – Em Pedras Altas, a equipe entrou em contato com a vereadora Nádia Padilha Venancio (PT), que foi eleita para presidir a Câmara neste ano. Segundo ela, o cargo da presidência já foi ocupado por duas mulheres que assumiram provisoriamente, mas em eleição de chapa, Nádia é registrada como a primeira.

Ao ser questionada sobre a sua vida na política, Nádia afirmou que nunca havia tido intenção. “Entrei porque já fazia alguns trabalhos voluntários na comunidade há alguns anos, e vim com o intuito de poder ajudar ainda mais em diversas áreas, não só na minha comunidade, mas nos arredores e na cidade também”, explicou.

A vereadora já está em seu segundo mandato, e em 2020 foi a terceira mais votada no município com 134 votos. Em relação aos desafios enfrentados sendo mulher, Nádia afirmou ser difícil citar apenas um. “Além de enfrentar meus próprios desafios na política, ainda tenho os da vida pessoal. Sou mãe, esposa, filha, tia, amiga e dona de casa. Não reclamo, pois todas as dificuldades nos deixam mais fortes”, destacou.

Em relação ao preconceito em sua posição, a petista afirmou não ter sofrido nenhum ao longo destes sete anos de vereança. “Sempre fui respeitada! Agora sendo presidente, alguns detalhes apareceram, mas nada melhor que um bom diálogo e respeito para conseguir resolver. Os nove vereadores sempre foram parceiros, e sempre trabalharam pelo mesmo objetivo, o desenvolvimento do nosso município em todas as áreas”, finalizou.

Nádia tem 40 anos, um filho e é moradora do assentamento Nossa Senhora da Glória.

MARIA INÊS – Maria Inês Valério Farias, 54 anos, é muito conhecida no município de Candiota pela sua profissão e competência na área da elétrica da Prefeitura. Formada em 1992 pela Escola Técnica Federal de Pelotas (ETFPel), em Eletrotécnica, Inês atua há 28 anos na Capital do Carvão.

No concurso realizado pela Prefeitura em 1994, Inês concorreu com mais oito pessoas para o cargo, e conseguiu a única vaga disponível. Ela já foi chefe do seu setor, mas gosta mesmo é de estar realizando trabalhos fora de uma sala. “Eu trabalho na manutenção elétrica, na iluminação pública, nos quadros de comando das estações de tratamento da água, e toda manutenção elétrica que a Prefeitura necessite. Subo em poste, trabalho no alto com o munck, subo no forro, ajudo o pessoal da internet e telefonia quando precisam passar os cabos e ajudo na execução de projetos”, conta ela.

Ao ser questionada sobre os preconceitos encarados, ela afirmou ter passado por alguns no começo, por ser uma mulher atuando em uma área que é vista como masculina. “Acharam que por ser mulher e ser muito pequena eu não teria força para trabalhar com coisas pesadas, mas fui lá e provei que eu era capaz. Eu não precisava carregar peso, mas eu precisava saber ligar os fios”, afirmou em tom de ironia. Além disso, Inês disse que atualmente trabalha igualmente com os seus colegas homens, mas tudo dentro da sua força e limitações.

Como assumiu há mais de duas décadas atrás, havia muito preconceito em sua profissão. “Na época, em 1995, era um serviço masculino, tanto que na minha turma éramos 13 e só eu de mulher. Hoje não sofro mais esse tipo de preconceito, até porque sou a única eletrotécnica da Prefeitura e tudo passa por mim”, ressaltou.

Sobre a escolha do curso, Inês citou que sempre gostou da parte da manutenção. Mesmo sendo um trabalho de alto risco, ela afirmou não ter passado por nada grave ao longo desses anos enquanto trabalhava. “A gente sabe que essa profissão é perigosa, muitas vezes nós trabalhamos com a rede ligada, porque não tem como desligar. Claro, já levei pequenos choques, mas nada que colocasse a minha vida ou de um companheiro de trabalho em risco”, finalizou.

Inês é natural de Rio Pardo (RS), mas reside há muitos anos em Pinheiro Machado.

Inês atua há 28 anos no setor de elétrica de Candiota Foto: Sabrina Monteiro/Especial TP

DEBORA – Debora de Moura Etcheverria, 39 anos, é moradora do bairro Seival, em Candiota. Há mais de três anos, Debora trabalha como motorista de caminhão da empresa Fagundes, que também fica localizada no bairro.

Em conversa com o TP, Debora que também é mãe, afirmou que sempre almejou esta profissão. “Eu sempre tive uma visão de querer ser motorista, mas como eu sempre trabalhava na usina na área de manutenção, fui realizando meu objetivo até então.

Quando as vagas no mercado de trabalho foram ficando cada vez mais difíceis, resolvi fazer minha carteira D”, contou, afirmando que seria mais um investimento e mais uma oportunidade no mercado de trabalho.

Além disso, Debora disse que sabia que não seria nada fácil conseguir emprego sem experiência. “Eu não tinha experiência e não sabia nada, mas graças a Deus a empresa Fagundes me deu uma oportunidade de começar do zero. Me deram todo treinamento necessário, e me aperfeiçoaram e hoje eu exerço a profissão”, destacou.

Em relação a preconceitos, a motorista afirmou não ter sofrido nenhum tipo. “Na empresa não tive em nenhum momento preconceito, pelo contrário, a empresa incentiva mulheres, e dá suporte para exercer qualquer atividadeentre motoristas e operadores”, afirmou.

Débora sempre almejou trabalhar como motorista Foto: Divulgação TP

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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