Divaldo Pereira Franco

Morre o Papa e o planeta passa alguns dias envolto em matérias que tratam da Igreja Católica Apostólica Romana. Com seus prédios imponentes, com suas tradições milenares, com seus grandes acertos e erros, a Igreja Católica ainda ocupa espaços relevantes no contexto mundial.

A doutrina espírita não tem a pompa e circunstância que cerca os líderes católicos, mas no Brasil tem produzido personagens de primeira grandeza como Chico Xavier e Divaldo Pereira Franco.

Chico Xavier viveu pouco mais de 92 anos e Divaldo partiu com mais de 98 anos. A paz que acompanha estas criaturas iluminadas faz bem e faz com que vivam muito. Divaldo dizia que viver muitos anos se devia ao fato de que gostava de viver. Chico Xavier dizia que morreria num dia em que o país estivesse feliz e morreu no dia em que o Brasil foi campeão do mundo de futebol em 2002.

Divaldo falava magnificamente. Montou uma obra social significativa, fez conferências em mais de 70 países e era uma figura relevante que valia a pena parar para ouvir.

Sem a pompa de um funeral papal, num caixão que ele pediu que permanecesse fechado, Divaldo encerra uma trajetória brilhante na qual propagou o amor ao próximo a acolheu multidões quando pode e pode muito.

De certa forma, o Brasil fica órfão de duas de suas figuras mais relevantes na história recente, Chico Xavier e Divaldo Pereira Franco. Faz tempo que não observo um nome da mesma dimensão para sucedê-los, mas espero que não demore a surgir. Neste aspecto da sucessão, a Igreja Católica é quem trata o assunto de forma mais midiática. Papa morto, Papa posto.

“Crer é algo muito especial. Qualquer que seja sua crença, qualquer que seja seu Deus, os princípios são muito próximos e acreditar faz bem, acalma a alma e torna leve nosso dias.”

Independente de qual seja a religião ou seita de cada um, parece-me importante que cada um tenha referência no campo espiritual que darão maior sustentação as experiência no mundo real, das coisas mundanas, das grandes vitórias e das desprezíveis derrotas.

Crer é importante e faz bem.

Em Bagé havia um líder espírita que era vereador. Consta que certa vez, no retorno de uma viagem à Brasília, o avião passou por momentos de grande turbulência. Os passageiros estavam em pânico e a tripulação calada e pálida de pavor. Foi quando deu uma breve pausa na turbulência que nosso vereador levantou da poltrona e começou a falar:

– Calma irmãos, que eu estou com Deus e vocês estão comigo.

Se estas palavras fizeram o milagre eu não sei, mas que o avião pousou normalmente, pousou.

Consta até que dois vereadores, inimigos de morte no plenário da Câmara, se abraçaram e falaram: – Tu sabes que eu sou teu amigo!

Crer é algo muito especial. Qualquer que seja sua crença, qualquer que seja seu Deus, os princípios são muito próximos e acreditar faz bem, acalma a alma e torna leve nosso dias.

Divaldo é mais um ser relevante que deixa este cenário, mas o ensinamento, a calma, a paz com que viveu e falou, fazem dele um modelo e um excelente modelo de que viver bem e em paz faz bem.

Comentários do Facebook