QUESTÃO ENERGÉTICA

Eletricitários vêem com prudência incorporação da Eletrosul pela CGTEE

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Processo de reestruturação societária começou em 2017 Foto: Arquivo TP

O 1º vice-presidente do Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), Darlan Oliveira, esteve no TP na manhã desta quinta-feira (31), quando comentou a notícia dada pelo jornal de que a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), que é a dona da Usina de Candiota, irá incorporar a Eletrosul.

Darlan assinala que em princípio o processo é interessante para a saúde financeira das duas empresas, que possuem dívidas de mais de R$ 6 bilhões somados (R$ 2,2 bilhões a Eletrosul e R$ 4 bilhões a CGTEE). “Usar os créditos tributários da CGTEE resolve o problema da dívida das duas empresas”, enfatiza o sindicalista. Todavia, os trabalhadores enxergam o processo de forma prudente, porque a Eletrobrás, holding da qual tanto CGTEE como Eletrosul são subsidiárias, segue ameaçada de privatização. “Ainda não sabemos o futuro da empresa. A incorporação é boa, mas a privatização não”, destaca.

De 5 a 8 de fevereiro, os eletricitários de todo o Brasil estarão reunidos na capital do Paraná, Curitiba, para debaterem a luta dos trabalhadores para preservar o setor elétrico brasileiro sob o controle público. “Lá faremos uma reunião específica com os eletricitários de Santa Catarina para traçarmos uma só linha de conduta em relação a fusão da CGTEE e Eletrosul”, disse Darlan.

O sindicalista lembra ainda que este processo de privatização recai ainda numa luta específica aqui no Rio Grande do Sul. “Com a proposta do governador Eduardo Leite (PSDB) em seguir com a ideia de privatização da CEEE e da CRM, precisamos retomar a luta, pois a CGTEE e a CRM são dependentes uma da outra”, evidenciou.

RELEMBRE – O início do processo de reestruturação societária ocorreu em 29 de setembro de 2017, com a decisão do Conselho de Administração da Eletrobras pela incorporação da Eletrosul, com sede em Santa Catarina, pela CGTEE, com sede no Rio Grande do Sul. A decisão foi comunicada ao mercado através de Fato Relevante na mesma data.

Segundo nota enviada ao TP, pela assessoria da Eletrobrás, há muitos ganhos potenciais a partir do processo de incorporação. “Dentre os quais, destacam-se a atuação única e integrada das subsidiárias da Eletrobras na região Sul do Brasil, permitindo a expansão otimizada e sustentável dos diversos segmentos de atuação das empresas como geração, transmissão e comercialização de energia elétrica; otimizações e sinergias operacionais, permitindo ganhos de escala e redução de custos; bem como imediato aumento da receita e de lucro operacional, já no primeiro ano de incorporação.
Ainda não existe uma definição de onde será a sede a nova empresa que resultará da incorporação.

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