Desde o início da atual gestão, a Secretaria de Saúde vem aumentando o número de castrações realizadas em cães e gatos (fêmeas e machos). Em 2021 as castrações passaram de 20 para 60 por mês e em 2022 com recursos do Governo do Estado, o município está disponibilizando em torno de 70 a 80 cirurgias por mês, tendo atendido até o momento 1128 animais.
Segundo o secretário de Saúde, Fabrício Morais, as castrações acontecem conforme a demanda e disponibilidade dos profissionais, já que Prefeitura divide as castrações entre três veterinários do município, que passaram por um processo licitatório. “Acreditamos muito na castração como forma eficiente de diminuir a população de cães vulneráveis nas ruas”, falou.
A castração de um único animal pode reduzir a procriação de até 67 mil cães em seis anos e 420 mil gatos no mesmo período, além disso, a cirurgia traz benefícios como a redução de demarcação, a agressividade, as fugas e o risco de câncer, diminuindo a superpopulação de animais vulneráveis e aumentando a longevidade do animal.
Segunda a veterinária Jane Tellechea, a técnica utilizada é a ováriohisterectomia com acesso ventral. “É mais demorada e invasiva que a castração por acesso no flanco, mas é a mais segura para cães com a tipicidade dos cães de Candiota, e cultura local, ou seja, cães desenvolvidos para caça e lida, normalmente porte médio a grande, de quadril largo. A técnica do flanco só é segura para animais pequenos e esguios”, relatou.
INJEÇÃO – De acordo com a profissional, o útero de uma cadela que toma injeção, sempre tem algum grau de infecção e/ou cisto. “Algumas vezes é um útero que se rompe com facilidade, causando maiores riscos de hemorragia, septicemia, e morte”, relatou.
A veterinária relatou também que a técnica do flanco-lateral, não retira o útero, então o útero doente continua lá dentro. “Se tiver filhote, os mesmos vão morrer com a anestesia e continuar lá dentro. O acesso ventral, utilizado por todos os veterinários de Candiota, é mais demorado e requer mais cuidados, mas o útero é retirado e junto com ele todos os malefícios causados pelas injeções. Isso não quer dizer que o dono pode dar injeção à vontade, e depois castrar, o útero saudável só acontece em cadelas jovens, que nunca tiveram cria e nunca tomaram injeção”, explicou.
ANIMAIS DE RUA – O projeto de castração da prefeitura contempla animais com donos de baixa renda e animais de rua, no entanto, a veterinária enfatiza que para que o animal de rua seja castrado é importante que a população se comprometa. “Pois todo animal de rua é abandonado por alguém e também é alimentado por alguém em quem este animal confia o bastante para se deixar tocar e quem consegue tocar, consegue pegar e quem consegue pegar, consegue levar ao veterinário para castrar”, falou.
PARA CASTRAR – Para conseguir uma vaga para castrar um animal de rua, basta chegar na vigilância sanitária e pegar a autorização, dar os documentos para comprovar que é morador de Candiota e agendar. Lembrando que a Prefeitura paga a internação de animais de rua.
Para cadelas e gatas de rua é necessário cinco dias de internação, já cachorros e gatos necessitam de três dias de internação. Os outros dias ficam sob a responsabilidade de quem trouxe. “A pessoa tem que trazer e levar, alguns esquecem que tem que buscar o animal após o procedimento”, lamenta.
A Vigilância Sanitária está localizada na rua Edite Barreto Lopes, 390. Telefone: 53 3245 7268.
* Originalmente este conteúdo fo9i publicado no jornal impresso