GESTÃO

Em meio à crise, secretário de Obras de Pinheiro Machado avalia seus quatro meses de trabalho

Na Joaquim Manoel de Ávila, a precariedade da via

Na Joaquim Manoel de Ávila, a precariedade da via Foto: Gislene Farion TP

À frente da Secretaria de Obras, Viação, Transporte e Trânsito do município desde fevereiro de 2018, Rui Sérgio Saraiva Duarte deu início às atividades em meio à crise financeira que assola todos os municípios brasileiros, mas em especial Pinheiro Machado. Em conversa com o TP, relatou a dificuldade que enfrenta no dia a dia de trabalho.

Segundo ele, em geral, as finanças do município influenciam diretamente na qualidade da infraestrutura oferecida à população. Maquinário, mão de obra e material são problemas reais que a secretaria enfrenta na tentativa de suprir as necessidades básicas que a população reivindica. “Quando eu assumi, 90% das estradas do interior estavam em más condições. Já conseguimos recuperar muitos trechos, mas nessa época do ano o tempo também não ajuda”, explica.

Apesar disso, embora não seja a situação ideal, Rui salienta que não há problema de combustível graças ao apoio da comunidade. “Um pouco a prefeitura consegue e outro pouco as pessoas ajudam, principalmente as que moram na campanha. Só assim é possível fazer o trabalho”.

Rui Sérgio Duarte tomou posse no dia 6 de fevereiro

Rui Sérgio Duarte tomou posse no dia 6 de fevereiro Foto: Gislene Farion

Questionado sobre a situação da área urbana, o secretário comentou da dificuldade de conseguir material e equipamentos adequados para que os reparos sejam feitos. “A prefeitura não pode chegar e cavar em qualquer lugar, nós já temos a autorização de uma área pra retirar, mas agora não temos máquina. Conseguimos uma com a Prefeitura de Candiota, mas se não chegar até o fim dessa semana, nós vamos começar a trabalhar com as nossas retros”, falou Rui, preocupado com a demora e a qualidade na execução que o serviço precisará ser feito, caso não possa contar com o maquinário no prazo previsto. “Vai ser mais um problema, mas não tem mais como esperar”, disse.

Além de toda a falta de estrutura que a população já enfrenta normalmente, a qualidade das ruas em épocas de chuvas diminui de modo considerável. “É tudo tão difícil que as pessoas chegam aqui e dizem que não conseguem entrar na própria garagem de casa, a gente vai lá e coloca um remendo pra tentar ajudar, é o mínimo que se pode fazer.” Segundo o secretário, todo esse trabalho de recuperação das vias urbanas deveria ter sido feito no verão – visto que as condições climáticas são mais adequadas -, mas contou que quando assumiu as circunstâncias não eram favoráveis. “Não tinha como solucionar todos esses problemas”, lamentou.

De outro modo, em relação à iluminação pública, afirma ter conseguido alguns avanços, apesar de reconhecer o tamanho da demanda. “De uns dois meses pra cá temos conseguido fazer alguma coisa, mas isso demora, todo mundo andava no escuro” e ainda explicou que a reposição das lâmpadas tem sido feita por setores, de acordo com um cronograma de serviço. Segundo o TP apurou, alguns bairros da cidade não recebiam iluminação há mais de dois anos.

O que mais chamou a atenção da nossa equipe de reportagem, além de ainda haver muito para ser feito, foi o número de operários disponíveis para executar os serviços. Ao que consta, na prática, são 10 funcionários para realizar os reparos na cidade inteira. “O operário que é borracheiro vai lá em Torrinhas tirar o lixo, por exemplo. Quem tá aqui faz de tudo um pouco. As praças são responsabilidade da prefeitura, mas tem três pra fazer tudo. Hoje não se tem carpinteiro; pedreiro temos um pra fazer toda a ligação de esgoto, então o pedido chega e não se tem o que fazer”, relatou Rui que também conta com a boa vontade da sua equipe.

Além das condições de trabalho, o chefe do setor ainda enfrenta o atraso de salários – situação que acontece há meses entre todos os servidores do município – e entende a dificuldade em motivar os funcionários. “No meio dessa crise não é fácil vir trabalhar, a motivação desse pessoal é zero, porque eles também não recebem em dia pelo que fazem”. Apesar disso, nesses 4 meses, o Secretário de Obras acredita ter conseguido melhorar a situação que encontrou quando tomou posse. “A oficina aqui tá sempre funcionando, sempre tem o que arrumar. Tinha só um mecânico e agora, quando o Paulinho assumiu, já se conseguiu mexer em bastante coisa”, salientou.

Rui também comentou que está à disposição da população para colaborar no que for preciso. “A gente tá aqui pra isso mesmo. A questão das ruas nós vamos fazer, o pessoal precisa e a gente tem obrigação. O problema é que eles cansam esperar e eu me coloco no lugar deles”, reconhecendo que a população reivindica o que é seu de direito.

Aos poucos, as praças estão sendo limpas

Aos poucos, as praças estão sendo limpas Foto: Gislene Farion TP

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