MEIO AMBIENTE

Entrada clandestina de gado ameaça área ambiental em Candiota

No local estão plantadas cerca de 60 mil mudas de árvores nativas

Conhecida como 'Ilha' da Prainha ou da CGTEE, área possui 58 hectares

Conhecida como ‘Ilha’ da Prainha ou da CGTEE, área possui 58 hectares Foto: J.André TP

Os técnicos do Instituto Cultural Padre Josimo (ICPJ) já estão preparando o relatório de danos e esperam para esta segunda-feira, 1º, a presença do Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis e Meio Ambiente (Ibama) para que seja avaliada a extensão do prejuízo numa área de 58 hectares, que pertence a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), nas imediações da barragem que abastece a Usina de Candiota.

Gado pisoteia, roça e come as mudas

Gado é facilmente avistado dentro da área de preservação

No local, também conhecido como ‘Ilha’ da Prainha ou da CGTEE, foram plantadas cerca 60 mil de mudas de árvores nativas de 12 espécies, num projeto derivado de um Termo de Ajustamento Ambiental (TAC) firmado entre o Ministério Público Federal, o Ibama e a CGTEE. Ao todo, na região foram plantadas pelo ICPJ mais de um milhão de mudas no chamado projeto Árvores Nativas.

Segundo o ex-deputado estadual, ambientalista e presidente do Instituto Padre Josimo, frei Sérgio Göergen, numa vistoria de rotina feita na tarde desta sexta-feira, 29, foi constatado a possibilidade de ter havido um crime ambiental na área. “Uma quantidade de gado, que não sabemos a quem pertence, adentrou a área e vem causando diversos danos as mudas plantadas. Nós desconfiamos que a colocação deste gado é deliberada, pois as cercas foram cortadas. Pelo que vimos também a entrada é sistemática”, disse ele.

Frei Sérgio mostra com indignação o arame cortado

Frei Sérgio mostra com indignação o arame cortado Foto: J.André TP

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Candiota e reportado ao Ibama também. A área é considerada de preservação ambiental permanente. “A vida econômica da cidade depende do carvão e precisamos, como é este projeto, de contrapontos ambientais. Assim, toda a sociedade precisa estar consciente disso e ajudar neste processo, fazendo a sua parte. Quem degrada uma área como esta, prejudica não só Candiota, mas toda a região”, alerta o frei.

Uma das mudas com galho arrancado

Uma das mudas com galho arrancado Foto: J.André TP

MORTE DE MUDAS – A entrada do gado na área causa a morte ou o subdesenvolvimento das mudas. Conforme o frei Sérgio, há dificuldade de crescimento naturalmente e com a ação dos animais, acontece pisoteio, quebra de galhos, além do pastejo nas plantas, e isso invariavelmente causa a morte das mudas”, explica.

Das 12 espécies plantadas, as que mais se desenvolvem na área são pitangueira, murta e anacauíta (aroeira mansa).

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