Encontro reuniu professores de quatro municípios Foto: Divulgação TP
No sábado passado (10), ocorreu nas dependências da escola municipal Santa Izabel, localizada no assentamento São Miguel, em Candiota, o primeiro encontro da Formação Pedagógica Ressignificando a Prática Pedagógica nas Escolas do Campo – projeto com certificação da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). O encontro contou com 60 participantes das cidades de Candiota, Bagé, Hulha Negra e Pinheiro Machado.
As formadoras Diana Daros e Juliane Ribeiro, ambas do núcleo pedagógico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), discorreram sobre a importância das escolas do campo no atual contexto político e sobre o projeto político pedagógico nas escolas do campo.
Entre os assuntos trabalhados pelas formadoras estavam conceito, histórico, sujeitos de origem, políticas públicas e diretrizes curriculares da Educação no Campo, além do projeto Político Pedagógico da Escola do Campo, com – totalidade do trabalho pedagógico, dimensões formativas, participação coletiva na construção do processo pedagógico escolar e a atualidade do PPP da escola.
De acordo com o professor e diretor da escola Alex Perleberg, o projeto é uma iniciativa da escola que conta atualmente com 158 alunos e vê a necessidade de formações específicas para a educação do campo, mas também uma maneira de aproximar educadores de outras escolas para uma discussão mais aprofundada, partindo das experiências de cada escola. “É um momento único de confrontar ideias, trazer os anseios de cada professor, de discutir um PPP unificado, com um propósito comum”, relatou.
Ele ressalta a necessidade de aprofundar conhecimento, visto somente a graduação ou pós, ser insuficiente para elencar tantas coisas da atualidade. “Os professores pedem esse tipo de formação, voltada para a realidade e vivência do campo. É também um momento de para a escola do campo de uma forma geral ganhar força, para que mais escolas não sejam fechadas como já aconteceu anteriormente. Portanto, é um momento de reflexão, de cada um colocar suas necessidades, pois o currículo ainda possui como base as escolas urbanas e precisamos encontrar saídas e soluções para o campo, para a realidade dos nossos alunos, fortalecendo um currículo mais dinâmico, que entenda a rotina e vivência do aluno do campo, tais como períodos de safra e cultura da bacia leiteira, aproximando o conhecimento popular”, explica Perleberg, que salienta uma mudança nos contratos feitos pela Prefeitura de Candiota, através de contratações de professores graduados em Educação no Campo e que possuem afinidade com a área.
O próximo encontro será no dia 24 de agosto com o professor da Unipampa e coordenador do curso de Educação no Campo, José Guilherme Franco Gonzaga, que abordará o tema do currículo e da prática docente nas escolas do campo.
