APÓS UM ANO

Escola Seival já recuperou o número de alunos que havia perdido com o fechamento provisório em Candiota

Educandário ficou fechado temporariamente em 2023 após um incidente na merenda escolar

Em 2023, o mês de junho foi marcado por desespero e preocupação de pais, alunos e autoridades municipais e estaduais, após a informação de que cerca de 40 crianças haviam tomado uma batida de banana contendo, possivelmente, cacos de vidro. Um inquérito foi aberto na época para investigar o caso, sendo que o material encontrado na bebida se tratava de acrílico, muito provável da tampa do liquidificar usado no preparo da merenda.

Porém, muitos leitores que acompanharam o caso de perto, assim como o jornal, devem se perguntar como está a escola hoje, quantos alunos possui e se conseguiu voltar a normalidade após ter ficado mais de 60 dias com as portas fechadas. Por este motivo, a reportagem do TP entrou em contato com o atual diretor, Cristiano Porto Alves, com a responsável pela 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) Miriele Barbosa, e com mães de alunos que reivindicaram na época pelo retorno do educandário. Confira.

 

UM ANO DEPOIS

Alunos estão retornando aos poucos, segundo o diretor Foto: Divulgação TP

De acordo com o professor Cristiano, que inicialmente assumiu a escola como supervisor, mas que em março deste ano recebeu o cargo oficialmente de diretor, o espaço retornou com as aulas com pouco mais de 30 alunos em agosto de 2023, praticamente metade do que se tinha antes do fechamento provisório. “Mas agora já contamos novamente com mais de 60 alunos, um número parecido com aquele que era anterior ao fechamento. Os alunos foram retornando devagar”, destacou.

Sobre a infraestrutura do local, ele disse que ainda há muito para fazer, mas que não teve muito tempo para melhorias, já que assumiu oficialmente em março deste ano. Ainda, ele reforçou que estão buscando fazer um trabalho de retomada e reconstrução, mas que não é nada fácil. “Até o momento conseguimos minimamente fazer uma reforma no telhado depois da chuvarada que também causou destelhamento aqui, reformamos o telhado da secretaria e da maior sala de aula da escola”, explicou, informando que a empresa InterCement irá contemplar o espaço com algumas melhorias por meio de um projeto, mas que não há certeza ainda do que será feito de fato.

A coordenadora Miriele falou sobre a importância da escola para a comunidade, principalmente por se tratar de uma localidade distante. “Nós estamos trabalhando bastante para melhorar a escola. Recentemente tivemos um aporte de R$ 20 mil para melhorias na área estrutural, aos poucos estamos melhorando e a escola está cada dia melhor”, disse ela, dando destaque para o crescimento no número de alunos e para o trabalho desenvolvido pelo diretor, reforçando que estão muito felizes.

A Escola Seival atualmente funciona apenas no turno da manhã, tendo o quadro de funcionários praticamente completo, segundo o diretor. Além disso, houve a junção de algumas turmas e o ensino funciona da seguinte forma: primeiro e segundo ano juntos, terceiro ano sozinho, quarto e quinto ano juntos, sexto e sétimo juntos e oitavo e nono ano juntos. “Nós conseguimos a desenturmação dos anos iniciais, que no ano passado eram juntos. Mas atualmente, apenas uma turma está sozinha em uma sala de aula”, explicou.

 

REIVINDICAÇÃO

 

Buscando também saber a opinião dos responsáveis que lutaram pela reabertura do educandário após o incidente com a merenda, a reportagem entrou em contato com duas ex-alunas que atualmente são mães de alunos que estudam no Seival, para falarem sobre a reivindicação atendida.

Para Maria de Fátima Lima Pinto, que é mãe do aluno Pedro Henrique Pinto Jorge, 8 anos, que está no segundo ano, ainda existem muitas coisas que precisam receber melhorias, mas que somente pelo fato de estar funcionando e poder ter o filho estudando perto de casa, já é uma vitória. “Lutei muito junto com outros pais para a reabertura da nossa escola, e conseguimos. Ainda não está como nossos sonhos, pois ainda existem muitos desafios. Mas muitos sabem que o Pedro teve vários problemas com a mudança de escola, de saúde e psicologicamente, mas graças a Deus hoje vejo ele feliz com seu aprendizado deslanchando com a leitura e tendo o acompanhamento da professora que é super atenciosa”, comentou ela, dizendo que atualmente só tem gratidão a todos que acreditaram no retorno da escola e na felicidade das crianças que ali estão.

Já Arielle Gonzales Corrêa, mãe da aluna do sétimo ano, Lívia Gonzales Munhoz, 13 anos, que também lutou para a continuidade do ensino na localidade, se diz feliz por ver a filha estudando perto de casa e sem precisar enfrentar quilômetros de distância para estudar. “Eu ficava com o coração apertado cada vez que ela subia no transporte, tinha muito medo por conta da estrada. Hoje em dia a escola ainda precisa de melhorias, mas sabemos que não será da noite para o dia. Não posso reclamar, os professores são bem atenciosos e dedicados”, relatou.

 

RELEMBRE

Escola retomou as atividades mais de dois meses após o ocorrido Foto: Arquivo TP

Em 2 de junho de 2023, cerca de 40 alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Seival, ingeriram uma batida de banana contendo pedaços que em primeiro momento poderia se tratar de vidro, mas que após a análise da perícia no local, o material poderia se tratar da tampa de acrílico do liquidificador usado no preparo da bebida. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso, enquanto o local ficou isolado por mais de dois meses.

Com o acontecido, os alunos foram enviados para a escola municipal localizada no interior da cidade, a Santa Izabel, enquanto os fatos eram apurados. Neste meio tempo, uma mobilização foi feita nas redes sociais solicitando o retorno das aulas na comunidade, reforçando a importância das crianças estudarem em sua localidade. O retorno foi comemorado por todos, e o espaço funciona diariamente.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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