Estados Unidos

Pretendia escrever esta coluna com o resultado definido nos Estados Unidos, mas o processo eleitoral deles é um pouco complicado para os nossos padrões. Lá, não ganha quem faz mais votos, mas quem consegue mais delegados indicados por estados para o colégio eleitoral. Nada de voto eletrônico. O problema é que também votam e enviam as cédulas pelo correio. Dizem que pode haver fraude. Aqui a fraude pode ser feita na urna eletrônica, falam. Pode-se concluir que não há modelo seguro quando se trata de eleições.
No voto, o Democrata Joe Biden vencerá com alguns milhões de votos a mais que o atual presidente Trump. Quando escrevo a diferença é de mais de três milhões e meio de votos. Com chances remotas, Trump sobrevive e esperneia querendo ganhar no tapetão.
Tenho ouvidos para ouvir. Já ouvi que os Democratas dos Estados Unidos são comunistas e um jornalista de uma grande rede comentou que os Democratas eram como o PSOL daqui.
Quando o jornal sair, Joe Biden provavelmente já terá sido declarado eleito. Pela imprensa. Acreditem, nos Estados Unidos leva tanto tempo para se chegar ao resultado oficial que a imprensa é que declara, primeiro, o vencedor.
Este ano, na maior participação eleitoral da história, num país onde o voto não é obrigatório, o número de presentes fez parecer que era. Isto só pode acontecer com reação coletiva a um modelo altamente questionável de governar. Trump não tem bons modos, todo mundo sabe. Cansou boa parte do povo. Os seus se mantém fiéis, quando perto, mas a maioria nunca está tão perto assim.
O presidente do Brasil, adepto de Trump, a quem ajudou, na prática, prejudicando produtores brasileiros ao fazer acordos benéficos a Trump e sua campanha, e a quem teceu declarações de apoio, poderá passar por alguns transtornos nos próximos dois anos. O governo do Brasil é um desastre nas relações com outros países do mundo e o presidente brasileiro cumpre o papel a ele designado pelo chefe americano. Vamos ver como fica se não tiver onde se escorar.
A vitória de Joe Biden, se confirmada, vai obrigar o Brasil a seguir novos rumos nas relações internacionais. Para Bolsonaro, a derrota nos Estados Unidos será retumbante. Trump, confirmado o resultado, terá perdido em razão de seu descaso e deboche em relação e uma pandemia que já matou mais de duzentos e trinta mil norte-americanos. O que o cidadão dos Estados Unidos mais espera de um governo é que seja bom na área da economia. Nesta área Trump estava bem, antes da pandemia.
Eleição só termina quando termina e quando escrevo ainda não terminou.

Comentários do Facebook