Depois do dia 7

O dia 7 de setembro passou e nada relevante aconteceu, a não ser para os observadores que sempre querem achar algo para falar. Vamos ver.
O presidente juntou alguns apoiadores o que significou pouca coisa. Sem os militares da ativa por perto, sem desfiles relevantes para demonstrações de força, e sem governadores e políticos tentado fazer fotos de “papagaio de pirata”, aquele que fica atrás do figurão para sair na imagem, o que se pode dizer é que para encher avenidas de cidades grandes basta que um em cada cem habitantes apareça. O que causa impacto são as imagens e não a capacidade da maioria das pessoas de racionar com lógica. Assim, parece que o presidente mantém algum apoio entre os seus de sempre e extremamente fiéis.
A oposição ao governo atual, quando representada pelos partidos chamados de esquerda, é um caso perdido. Desorganizada, sem rumo, com políticos de pouca ou nenhuma visibilidade. A oposição ao atual presidente se resume a Lula e este está em “outro patamar”. Este, disputará como candidato que não representa exatamente o PT. Lula é muito maior que o PT. Algumas especulações apontam que Henrique Meirelles será o vice de Lula. Se esta chapa se concretizar, tudo indica que a eleição se encaminhará para ser um referendo. No 7 de setembro, a melhor campanha para Lula foi feita por Bolasonaro. Quando este se move da maneira de sempre, que o presidente é absolutamente previsível, a oposição ao seu governo cresce.
O que sobra para o povo deste governo federal são as dificuldades que tem diversas origens, entre outras o aumento do dólar e o aumento da inflação. Quem vem de outros carnavais, como eu, sabe quanto foi difícil domesticar este animal feroz que é a inflação. 25 anos depois do início do processo de estabilidade estamos diante do maior retrocesso que um governo poderia trazer ao país, a retomada de uma inflação expressiva, que será maior que dez por cento este ano e até pode passar longe deste patamar, o que ocorre em alguns setores.
A Petrobrás, que hoje trabalha para dar lucro aos seus acionistas, coloca a gasolina e outros bens de interesse público em preços nas alturas. Os liberais nunca estiveram ao lado do povo, uma vez que o dinheiro nunca respeitou os interesses de quem pode menos. Sem um Estado regulador das relações sociais, e nos últimos anos avançamos muito para reduzir a participação do Estado nesta regulação, a maior parte da sociedade fica “sem eira nem beira” como diz um ditado popular.

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