ATUAÇÃO PARLAMENTAR

Estiagem, Fase C e casas da CGT foram pautas de visita do deputado federal Marcon à região

Diretor do jornal, João André (E), recebeu o deputado, que esteve acompanhado do ex-vereador de Pinheiro Machado e seu assessor regional Gilson Rodrigues e dos vereadores de Candiota Luana Vais e Danilo Gonçalves

Em roteiro pela região, o deputado federal Dionilso Marcon (PT) visitou a redação do Tribuna do Pampa, na última sexta-feira (27), onde concedeu entrevista, falando dos desafios do novo mandato e as pautas da região pelas quais vem lutando. O parlamentar esteve acompanhado dos vereadores de Candiota do mesmo partido, Luana Vais e Danilo Gonçalves e do ex-vereador de Pinheiro Machado e seu assessor regional, Gilson Rodrigues.

ESTIAGEM – O deputado esteve no interior para ver a realidade da seca na região. Ele disse ao TP, que teve uma reunião em Brasília para tratar do tema e o governo federal se dispôs a ajudar. “Eles pediram 10 dias para que apresentássemos propostas, mas sabemos que tem coisas que são para ontem, que é a água e o trato para os animais. O nosso colono não quer cesta básica, se vier tudo bem, eles precisam de água e comida para os animais. É preciso também colocar o crédito na mão do produtor rural”, afirmou.

Da reunião com o governo federal ficou acertado que vão construir um grupo de trabalho (GT) para serem colocadas propostas concretas. “Se a gente não conseguir colocar água pro povo, vale a pena disputar eleição? Entra e sai governo e o nosso povo está sempre sem água”, lamenta.
Marcon disse que a sua pauta discutida em Brasília é passar crédito aos produtores. “Não precisa de muito dinheiro, faremos parceria com as prefeituras, é só realizar uma assembleia e escolhe três assentados para administrar uma conta e passa crédito para esses produtores. Não dá para o nosso povo ficar sem água, existem diversas alternativas que devem ser debatidas e eu estou aqui para abrir portas para vir o recurso”, pontuou.

O deputado ainda falou sobre outras necessidades no interior como o reforço de energia elétrica, internet, linha de crédito para produzir comida e projeto para irrigação. Além disso, ele fez uma dura crítica ao governo do Estado. “Eduardo Leite tem que olhar para a região que elegeu ele”, afirmou.

GOVERNO LULA – O deputado disse que a sua expectativa para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é grande. “O Lula está disposto a fazer para quem precisa. A questão dos índios mesmo, lá em Roraima, já faz muito tempo, que inclusive o Ministério Público solicitou ajuda e o governo federal virou as costas e o Lula nos primeiros 15 dias de governo foi in loco ver a situação dos índios”, relatou.
Além disso, Marcon disse que Lula recebeu um Brasil quebrado, mas que as expectativas são promissoras. Ele falou também de algumas projeções. “No mês de fevereiro o governo já deve relançar o programa do Minha Casa, Minha Vida, para pessoas de baixa renda, não é muito, mas pra quem ficou seis anos sem ter nenhum projeto, agora teremos 170 mil casas”, contou.

Na saúde, Marcon disse que o governo federal deve lançar até março um programa emergencial para atender essa área. “Nós temos 11,5 milhões de pessoas aguardando cirurgia, então ele quer fazer uma força tarefa nos hospitais públicos pra avançar nessa fila e outra questão é a fome que não dá pra esperar”, falou.

FUTURO DO CARVÃO – Questionado sobre a situação do carvão e sobre a previsão da Usina de Candiota (Fase C), que pertence a subsidiária CGT Eletrosul, que em 2024 encerra o contrato de fornecimento de energia, o deputado disse que a sua proposta é que leve essa situação até 2040, nos moldes que foi feito em Santa Catarina.“Não podemos deixar desassistidos em torno de 2 mil trabalhadores numa região onde não tem emprego. Nós estamos junto com as lideranças regionais pra levar e defender essa proposta em Brasília, pois até 2040 teremos como achar uma alternativa”, pontuou.

CASAS DA CGT – Marcon disse estar a par da situação do processo de venda das casas que pertencem a CGT Eletrosul, nas vilas Operária e Residencial, em Candiota. “Já na transição de governo, falamos com o advogado da União sobre essa situação. Ele nos disse na época que ninguém ia executar isso agora. Pois sabemos que a proposta é inviável, porque poucas famílias têm condições de dar 20% de entrada e concluir o pagamento em 24 vezes. A gente sabe que todas as famílias têm vontade de pagar, mas numa condição mais acessível. Mas eu quero dizer que estou junto nessa pauta para buscar uma solução, porque eu sei muito bem o que é ser despejado”, afirmou.

ATUAÇÃO – Atualmente, de forma equivocada, um deputado federal é classificado como bom ou ruim conforme sua destinação de emendas, no entanto, a população esquece a verdadeira atuação do deputado, como nas votações importantes no Congresso Nacional. Questionado sobre essa situação, Marcon disse que é isso é uma vergonha. “Não é papel do Legislativo discutir e repassar orçamento. O papel do deputado é legislar, fiscalizar, levar pauta para o governo, ver as pautas dos municípios e trabalhar em cima disso”, assinalou.

O deputado ainda complementa. “Existem as emendas, não sou louco e nem doente de rasgar dinheiro, então eu destino sim, inclusive, já destinei muito para a região. Mas eu sou um deputado de causa que defende o povo e não vou perder essa linha política. Vou pegar as emendas e destinar para os mais pobres, vou discutir com as lideranças dos municípios as suas necessidades e não faço as emendas de cavalo de batalha eleitoreiro. Faço sim nosso mandato uma ferramenta para defender o povo”, concluiu.

Em seu roteiro, Dionilso visitou Hulha Negra, Candiota e Pinheiro Machado. O deputado tomará posse do seu quarto mandato no Congresso Nacional nesta quarta-feira (1º), em Brasília.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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