A LUTA CONTINUA

Eu abraço a CRM

Organizadoras do #EuAbraçoaCRM estiveram na redação do TP nesta quinta-feira, 20

Organizadoras do #EuAbraçoaCRM estiveram na redação do TP nesta quinta-feira, 20 Foto: Claudenir Munhoz TP

Um coletivo de funcionárias da Mina de Candiota da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), com o apoio do Sindicato dos Mineiros e da Associação Pró-Carvão (APC) está organizando para a próxima quinta-feira, 27, um grande ato em defesa do carvão mineral e contrário a possibilidade de privatização da estatal.

Na tarde desta quarta-feira, 20, as organizadoras do manifesto, Ana Paula Fagundes da Rosa, Eva Paula Freitas Bitencourt, Rocheli Flores e Luciane Soares, estiveram na redação do TP, acompanhadas do presidente do Sindicato e da APC, Wagner Pinto, quando detalharam de que forma a mobilização está acontecendo.

A ideia surgiu através de um grupo de watsapp, que debate maneiras de defender a CRM como empresa pública. Conforme elas, as pessoas possuem uma imagem distorcida sobre a companhia, que nesta quinta completou 47 anos de existência e que foi decisiva para a construção de Candiota. “Segundo dados oficiais, a CRM não retira recursos do Estado, ao contrário, nos últimos anos injetou cerca de R$ 66 milhões no caixa do governo”, assinala Eva.

#EUABRAÇOACRM – A ideia central da manifestação, de acordo com Rocheli, é simbolicamente dar um abraço na empresa, sendo que o movimento adotou o slogan #EuabraçoaCRM. Para tal, estão sendo mobilizados diversos setores da sociedade candiotense, como escolas, por exemplo. O movimento quer mostrar o passado, o presente e o futuro da CRM, salientando toda a contribuição que a empresa já deu e ainda dará para o desenvolvimento, inclusive social da cidade e da região. “Vamos mobilizar as crianças, que são o futuro; os aposentados, que são o nosso passado e o presente, que somos nós”, destaca ela.

A concentração será a partir das 15h na praça Dario Lassance, sendo que dali o movimento segue em passeata até o prédio da Mina de Candiota, que será literalmente abraçado pelas pessoas. “Por isso a importância da participação da comunidade, pois a CRM tanto contribuiu com Candiota e agora é hora de retribuirmos”, assinala Luciane.

Segundo Ana Paula, a manifestação também tem o objetivo de mostrar o quanto é importante manter a CRM pública, inclusive para o próprio comércio local e regional, que é beneficiado diretamente seja com os salários que a empresa gera, seja nas compras que a empresa efetua. “Também, a CRM retorna à sociedade com os impostos”, pontua.

Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo, presidida pelo deputado Adilson Troca (PSDB) aprovou a realização de audiência pública

Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo, presidida pelo deputado Adilson Troca (PSDB) aprovou a realização de audiência pública Foto: Divulgação TP

MOBILIZAÇÃO ESTADUAL – Em outra frente, uma comitiva formada por sindicalistas e lideranças da região segue firme e forte na luta. A estratégia desde a semana passada é a visita a todos os deputados estaduais em seus gabinetes na Assembleia Legislativa. Nesta semana a peregrinação seguiu no Parlamento Gaúcho.

A conversa é que os deputados não aceitem uma possível proposta governamental de retirada da Constituição Estadual, do dispositivo que prevê a realização de uma consulta popular (plebiscito) para a alienação, transferência do controle acionário, cisão, incorporação ou extinção de estatais como o Banrisul, Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e CRM.

Durante as conversas, a comitiva apresenta um dossiê com dados oficiais da CRM, mostrando o quanto ela é importante não só para economia e desenvolvimento social da região, como também do Estado.

A ideia da comitiva é visitar os 55 deputados. Cerca de 50 gabinetes já foram visitados, sendo que nesta semana o trabalho foi intensificado. Além do presidente do Sindicato dos Mineiros e da Associação Pró-Carvão (APC), do delegado do Sindicato dos Eletricitários (Senergisul) de Candiota, Darlan Oliveira, vereadores de toda a região, também o prefeito e vice eleitos de Candiota, Adriano dos Santos e Gil Deison Pereira, além do prefeito Luiz Carlos Folador, estão participando das audiências com os parlamentares gaúchos.

Esta semana, além dos deputados, foram visitados também os secretários do Trabalho e Desenvolvimento Social, Catarina Paladini e de Obras, Gerson Burmann.

AUDIÊNCIA E FRENTE – Foi acertada a realização de uma audiência pública na AL para tratar do tema, inclusive convidando representantes do governo do Estado, através da Secretaria de Minas e Energia para participarem da reunião. Duas datas estão sendo propostas para a audiência acontecer – dia 9 ou 16 de novembro. A definição deve acontecer na próxima semana. A proposta já foi aprovada pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo e na terça-feira, 25, deverá ser apreciada pela Comissão de Assuntos Municipais. Desta forma a realização da audiência será conjunta.

Também, puxada pelo deputado estadual Luís Augusto Lara (PTB) deverá ser formada também na semana que vem uma Frente Parlamentar em Defesa da CRM Pública. Para formar Frente são necessárias 19 assinaturas de deputados.

AVALIAÇÕES POSITIVAS – O prefeito eleito de Candiota, Adriano dos Santos (PT) avaliou como muito positiva as primeiras ações do movimento. “No momento político atual, onde ainda temos alguns pleitos eleitorais municipais acontecendo, é um importante mecanismo para ocuparmos espaço na defesa do patrimônio do Estado e do direito dos trabalhadores. Com certeza conseguimos muitos apoiadores para a causa. Não é uma pauta pacífica entre os deputados, mas a impressão é que o momento político não abre espaço para um debate em torno de uma mudança na Constituição Estadual retirando o plebiscito como uma exigência para venda das empresas, como também uma pauta de privatização”, analisa o prefeito candiotense eleito.

Para Wagner Pinto, a mobilização ganhou apoios importantes, inclusive na base aliada do governo. Para ele a receptividade foi muito boa. “Tivemos avanços fundamentais, como a aprovação da audiência e a criação da Frente”, destaca.

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