DIA DA ADOÇÃO

Família fala sobre adoção e o amor incondicional pela filha

O dia 25 de maio é marcado pelo Dia Nacional da Adoção, data comemorativa, celebrada desde 1996 quando aconteceu o 1º Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção. Para registrar o momento, a equipe do TP entrou em contato com uma família que mora em São Diogo, no município de Pedras Altas, para saber sobre o processo e o amor que ultrapassa qualquer barreira.
Nesta edição, o jornal Tribuna do Pampa conta a história de dona Bernadete Poersch Maldaner e de seu esposo, Pedro Paulo Maldaner, que juntos são pais de Viviane, 29 anos, e Aline com 24 anos. Eles contaram ao jornal sobre como decidiram adotar, e como foi o período de espera.

Aline cresceu e dá orgulho a sua família Foto: Divulgação TP

ADOÇÃO – Dona Bernadete contou que nunca havia pensado em adoção, pois sempre quis ter seus filhos biológicos. Mas após o nascimento e perda de dois bebês, uma antes de sua filha Viviane e outra após, o casal pedrasaltense não pôde ter mais filhos legítimos, e então decidiram adotar. “Nós nos inscrevemos em mais de um Conselho Tutelar e pedimos que quando tivesse alguma criança precisando de adoção, que nos chamassem”, informou.
Algum tempo depois, o casal recebeu a notícia de que havia uma criança precisando de um lar, mas possuía alguns problemas de saúde e não podia sair da casa de passagem por estar muito fraca e precisando de atendimento hospitalar com frequência. “Então nós decidimos que iríamos buscar essa menina”, relembrou. Mas ao chegarem até o local, dona Bernadete e seu Paulo foram informados que não poderiam ficar com o bebê, pois estavam inscritos para adoção de um menino. “Então nós falamos que não importava o sexo, queríamos um filho, queríamos aquela criança que estava precisando de um lar”, destacou.
Mesmo com a demora e angustia, a família esperou e após dois meses de espera, um chamado inesperado alegrou o lar. Eduarda, como era chamada, com apenas sete meses de vida e após passar por tantos desafios, havia ganhado um pai, uma mãe e uma irmãzinha que já estava ansiosa por sua espera. Magrinha e debilitada, como descreveu dona Bernadete, a pequena finalmente estava sendo levada para sua casa. Neste primeiro momento, apenas a guarda provisória foi concedida, e o processo de adoção definitiva demorou dois anos.
Ao relembrarem do dia em que foram buscar Aline, a irmã Viviane contou quem nem sabiam que nome escolher para a mais nova integrante da família. “Não sabíamos o que ela comia, o que tomava, se usava chupeta ou não”, disse emocionada. “Pegamos uma mochilinha e buscamos ela, lembro que chegamos em uma farmácia para comprar mamadeira e outras coisas, foi tudo uma surpresa”, relembrou a mãe.

Aline e Viviane sempre demonstraram amor e carinho uma pela outra Foto: Divulgação TP

ORIGEM– Após tudo ter dado certo, a família de Aline afirmou que sempre contaram à filha sobre a adoção, mas deixaram claro que o amor e o carinho eram distribuídos igualmente entre as irmãs. Inclusive, Viviane falava que o Papai do Céu havia enviado um presente para eles.
Mesmo sabendo sobre a verdade de sua história, Aline nunca quis conhecer a família biológica, pois sabe que seu lar é construído pelas pessoas que a criaram, cuidaram e deram amor.
Sobre o sentimento em relação à adoção, a Técnica em Enfermagem afirmou que sente gratidão. “Muitas vezes eu já parei e pensei o que seria de mim se não fossem eles. Será que eu iria ter estudo e ser quem eu sou hoje? Eu devo tudo a eles”, falou.
Ao citarem a importância da adoção, dona Bernadete afirmou que tinha receio no começo por já ter uma filha legítima, e não conseguir transmitir o amor igualmente entre as filhas. “Mas isso não tem nada a ver, gosto das duas da mesma forma”, disse ela, lembrando que muitas pessoas foram contra a adoção, pois o casal já tinha uma filha.
Em relação ao processo burocrático, a mãe de Aline e Viviane afirmou que nunca teve preferência pelo sexo e aparência do bebê que adotariam. “Muitas pessoas nos falaram que fomos buscar uma criança doente, mas se ela tivesse saído da minha barriga com os mesmos problemas, iríamos cuidar da mesma forma”, destacou.
A quem pensa em adotar ou já esteja na fila de espera, Viviane disse que é preciso ter fé, paciência e persistência. “No nosso caso, a Aline estava precisando e nós não pudemos trazer ela para casa no primeiro momento, e precisamos esperar”, pontuou a irmã. “Sou extremamente grata a Deus por ter cruzado os nossos caminhos, e pelo amor que eles têm por mim e eu por eles”, finalizou Aline, que nasceu em Arroio Grande e esperou 97 quilômetros por sua família tão amada.
PROCESSO – Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o processo de adoção deve começar na Vara de Infância e Juventude mais próxima. A idade mínima para se habilitar à adoção é de 18 anos, independente do estado civil, desde que a diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida, seja respeitada.
Para quem tem interesse em adotar e não sabe por onde começar, basta acessar o site do Tribunal de Justiça/Poder Judiciário e clicar na aba Juizados da Infância e Juventude (ao lado esquerdo da tela), nela você encontra o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), com três opções. A primeira é sobre o Registro de Pré-cadastro de Pretendentes. A segunda é sobre o SNA, e a última é referente às dúvidas frequentes em relação ao SNA.
Telefones para contato dos Juizados de Infância e da Juventude em municípios próximos da região: Bagé: (53) 3036-8494; Pelotas: (53) 3026-8500; Dom Pedrito: (53)3036-8495; Caçapava do Sul: (55) 3029-9949; Pinheiro Machado: (53) 3036-8497; Arroio Grande: (53) 3026-8694.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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