DIA DO TRABALHADOR

Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais do Rio Grande do Sul (Fetar)

“Nossa visão é crítica da Reforma Trabalhista, pois não gerou empregos e não
proporcionou segurança jurídica”, frisou Nelson Wild

Nelson Wild Foto: Divulgação TP

Questionado quanto a visão da Fetar sobre a Reforma Trabalhista, o presidente da Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais do Rio Grande do Sul (Fetar), Nelson Wild, lembrou que a lei tinha o propósito de flexibilizar a legislação a tornando menos rígida para que se desse mais segurança jurídica para a contratação, e ao mesmo tempo, aumentar o número de empregos no Brasil. “A famigerada reforma foi aprovada de forma muito rápida, sem abrir diálogo com as entidades.Enquanto Federação estivemos várias vezes em Brasília, tentando dialogar com deputados e senadores, mas infelizmente não conseguimos frear aquele ímpeto contido na mente dos congressistas. A reforma não resolveu a segurança jurídica e também não gerou mais empregos no campo. Na legislação anterior já se chegou ao pleno emprego no Brasil, então ficou provado que o problema não é de legislação e sim de visão de governo, de economia”, destacou o presidente.
Wild também disse que hoje se vê a precarização dos direitos do trabalhador do campo. “A mão de obra informal foi facilitada, ou seja, o trabalhador sendo contratado por safra, por temporada, de forma intermitente, fragilizando os direitos trabalhistas, a segurança que deve ser proporcionada aos trabalhadores. Hoje temos um grande número de trabalhadores informais com dificuldade de buscar seus diretos. Outro dado preocupante é o acesso aos benefícios da previdência dos trabalhadores porque não tiveram carteira assinada e previdência recolhida, o que irá atrapalhar na aposentadoria”, destacou Nelson, salientando que as alternativas criadas na nova legislação, sem discussão e debate, levaram a um documento injusto e com um acentuado número de reclamações trabalhistas.
O presidente da Fetarainda ressaltou que a “realidade é de inconformidade e o movimento sindical não pode aceitar em função da retirada de direitos daqueles que vendem sua força braçal a céu aberto”. Por outro lado, ele lembrou que há uma grande parcela de empregadores rurais que cumpre a legislação. “Respeitam as convenções coletivas de trabalho que são renovadas a cada ano visando a defesa dos empregados rurais, proporcionando o piso normativo da categoria, segurança no trabalho e alojamento, entre outros”, expôs Nelson.
Ainda relacionado à luta da Federação pelo trabalhador, ele diz ser pela alteração da legislação. “Queremos uma situação amenizada, de combate a informalidade e fazendo com que todos os empregadores, até por uma questão de justiça, tenham a mesma regra e formalizem os contratos de trabalho. Também buscamos a fiscalização e denúncia do trabalho rural, pois ainda temos trabalhos análogos à escravidão na região e isso precisa ser repelido, reprimido e punido”, ressaltou.

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