Há desesperança com a Equatorial

A Europa tem feito movimentos de reestatizações de serviços públicos como água e energia elétrica privatizados no passado, porém esse movimento antineoliberal parece ser difícil ainda chegar ao Brasil. O governo Lula, por exemplo, que possui um viés mais à esquerda chegou a ameaçar algumas medidas para reverter a privatização da Eletrobras feita no governo Bolsonaro, porém em seguida recuou em função da pressão que o mercado exerce nessas situações.

Por aqui, no Rio Grande do Sul, o receituário neoliberal não poupou a gloriosa Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Já comentamos sobre isso, que o desfecho de uma venda vexatória por R$ 100 mil não é culpa apenas dos ‘malvadões’ neoliberais, mas sim de anos e anos de desmandos e utilização nada republicana da estatal, inclusive para o enriquecimento de poucos. De outro modo, ninguém, em sã consciência, possui dúvidas de que uma empresa de distribuição de energia elétrica possa ser deficitária. Não é em lugar algum do planeta. Para quebrarem a CEEE e vendê-la por bananas foi feita muita força e certo orquestramento.

A privatização, especificamente deste setor, está sendo um desastre para o povo gaúcho. E vamos sempre esclarecer que há privatizações necessárias, porém serviços essenciais precisam de muito critério e amarração jurídica, caso se pense em entregá-los em mãos particulares.

Os depoimentos que a reportagem do TP ouviu durante uma reunião da Associação de Moradores e Amigos da Vila Residencial (AMAVR), em Candiota, esta semana, são desoladores. As pessoas não têm a mínima expectativa de que os serviços da Equatorial Energia vão melhorar, apesar do heróico esforço do representante da empresa em tentar convencer ao contrário. Um sentimento incrédulo e de impotência toma conta de todos. Não há conformismo da comunidade, entretanto, sobra desesperança, o que ao fim é muito triste.

Como registramos na última edição do jornal, energia elétrica é algo básico e não pode perecer com tanta frequência. Nossas autoridades não podem deixar que isso se normalize e esperamos sim em breve pode escrever neste mesmo espaço que estamos tendo avanços nesse serviço essencial à vida e à nossa economia.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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