Habitação

Este é um assunto que sempre está em pauta e é normal que esteja uma vez que todos querem uma moradia e a tendo querem melhorar a mesma.
Quem administra municípios recebe muitos pedidos de moradias habitacionais.
Conseguir recursos é possível e fazer moradias também. Mesmo que com verbas próprias dos municípios, sem precisar de verbas federais, já que as estaduais faz tempo que não saem e se saem vêm de conta-gotas. Algumas questões.
Primeiro. Todas as pessoas moram em algum lugar. Se o poder público oferece uma casa para uma família habitar, algum local ficará disponível para outra família habitar. Isto certamente vai gerar mais gente com pouca renda se deslocando para o município onde o poder público constrói habitações para famílias de baixa renda. Isto interessa?
Quando fui prefeito, construir habitações, como muitos fazem, nunca foi prioridade. Concluímos seis que estavam inacabadas quando assumi o governo de Hulha Negra no ano de 2001 e mais 14 casas no mandato 2001-2004, para o qual havia sido destinada uma verba federal pelo deputado Alceu Collares. Em dois locais distantes um do outro. Só. E foram três mandatos.
Segundo. Juntar pessoas com baixa renda e poucos anos de estudo é interessante?
Não há, na região, e em Bagé há muitas áreas de habitações populares criadas, um só lugar que seja modelo de bairro que se desenvolveu. Se há, não vi, não registrei.
Criar blocos habitacionais é uma forma de segregar pessoas com as mesmas dificuldades num só lugar. Assim, a sociedade se livra de problemas que se concentram em local certo e conhecido.
Melhor, sob o meu olhar, que não significa que esteja certo, é fazer melhorias habitacionais nas residências e terrenos onde as pessoas já vivem. Neste modelo, quando fui prefeito, melhoramos cerca de trezentas, das mil casas de Hulha Negra, na sede, e mais algumas no interior. Um quarto novo, uma peça a mais, um banheiro novo, uma cozinha nova, um piso, um telhado, algumas coisas destas na mesma casa. Algumas vezes uma ajuda em material. Outras, em mão-de-obra.
Finalmente, me dizia um engenheiro espanhol, não entender porque no Brasil fazemos habitações populares na horizontal. Dizia ele: muito mais interessante é fazer em edifícios e poderiam fazer em vários andares, com elevador, desde que deixassem o andar térreo para ser alugado e o condomínio com o valor do aluguel poderia bancar o elevador e outros serviços.
Um tema que merece um amplo debate. Não só nos aspectos que abordei.

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