Hulha Negra

Na semana passada, o João André, diretor do jornal, me questionou se eu havia esquecido dos aniversários de 31 anos de Hulha Negra e Candiota. Não esqueci. Escrevi sobre outro tema pois me parecia naquele momento mais importante a manutenção da taxa Selic pelo Banco Central.

Mais de três décadas após as emancipações algumas pessoas ainda falam sobre aquele momento, mas em Hulha Negra não há quem aborde o tema parecido com o que está registrado na minha memória.

Fazendo um paralelo, nunca me importei em saber muito o que levou as pessoas da época a tornarem Bagé uma cidade. Da mesma forma, a maioria das pessoas que vivem hoje em Hulha Negra não tinham nascido ou não viviam em Hulha Negra em 1992. Para estas, o aniversário do município pouco ou quase nada representa. Num mundo onde a notícia que sai de manhã deixou de ser manchete à tarde, um evento de 1992 é quase pré-histórico e para quem nem havia nascido de certa forma é.

O que interessa para as pessoas são as questões de hoje.

Dia desses me questionaram: – Por que Hulha Negra passou mais um verão com problemas de abastecimento de água? O que faltava para resolver? Respondi: – Vontade. A pessoa me questionou; – Só? Respondi: – Só. Com uma estação de tratamento pronta com capacidade para colocar cerca de 250 litros por dia por residência na sede do município, basta instalar uns canos fazendo um investimento de valores inexpressivos que resolve. Há outras soluções, mas esta seria suficiente.

– E a pavimentação?

Não há dúvidas de que a pavimentação de Hulha Negra está dando uma nova cara à sede município de Hulha Negra e que é um grande projeto em andamento. Mas alguém poderia dizer aos engenheiros que administram à obra que levantar as ruas e deixar as casas abaixo do nível das ruas é um erro grave. Coisa de mandar os engenheiros de volta ao primeiro ano da faculdade.

Enfim, emancipar o município foi um grande acerto ocorrido há mais de três décadas, mas emancipar visa em sentido mais amplo desenvolver ações públicas que aliadas às ações da iniciativa privada levem uma comunidade a outro patamar de qualidade de vida. Emancipar de um patamar inferior.

Quem entra em Hulha Negra depois de um tempo continua a notar que o lugar vem recebendo melhorias permanentemente, o que é muito diferente da grande maioria dos lugares por onde tenho andado.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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