RURAL

Hulha Negra avança na produção de ovos coloniais

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Comitiva conheceu o funcionamento do aviário Foto: Joanes Araujo/Especial TP

A possibilidade da avi­cultura colonial ser uma alternativa de fonte de renda aos agricul­tores familiares foi apresentada ao produtores de Hulha Negra. A Prefeitura de Hulha Negra, por meio da Secreta­ria de Agropecuária, propor­cionou para um grupo de 12 produtores a participação no Dia de Campo em Avicultura Colonial.

O encontro aconteceu na sexta-feira (7), na Embra­pa Clima Temperado, em Pelotas, e no Aviário Recanto do Negrinho do Pastoreio, em Morro Redondo. O secre­tário de Agropecuária, Luís Fernando Lima foi acompa­nhado do chefe do escritório hulhanegrense da Emater/Ascar, Guilherme Zorzi, e colaboradores da Emater de Hulha Negra e de Dom Pedri­to. O secretário destaca que a Emater é uma instituição parceira em prol do produtor de Hulha Negra.

O secretário Luis Fer­nando conta que a busca por alternativa viável para comercialização de ovos no município iniciou ainda no ano passado, quando secre­tário e o médico veterinário, Marcus Leitzke, acompanha­ram produtores de Hulha Ne­gra em uma visita a Santana do Livramento. “Os aviários que encontramos em Santana do Livramento não era o que esperávamos, estava longe de nossa realidade pois eram aviários com mais de 10 mil animais. Visitamos Venâncio Aires e também não encon­tramos o que queríamos. Estávamos a procura de um sistema que fosse menor e simples, porém produtivo e rentável”, disse o secretário.

Secretário Luis Fernando relatou a experiência de visitar o aviário Foto: Joanes Araujo/Especial TP

Luis Fernando conta que durante a visita à Expo­Agro Afubra, em março, foi apresentado ao pesquisador João Pedro Zabaleta. Na conversa, o pesquisador in­formou que a Embrapa Clima Temperado trabalha com esse sistema de produção de ovos coloniais e faz inúmeras pes­quisas na área. Zabaleta ex­plicou que a Embrapa Clima Temperado, em parceria com outras instituições públicas e privadas, realiza pesquisas e ações de desenvolvimento nas áreas de avicultura co­lonial e avicultura orgânica. Disse ainda que a instituição busca, com isso, geração de renda na agricultura fami­liar, evolução tecnológica da agroecologia e maior oferta de alimentos diferenciados em termos de produção para os consumidores. Acompa­nhado do médico veterinário Marcus Leitzke, o secretário Luis Fernando visitou a Em­brapa e marcou o encontro com os produtores para o Dia de Campo.

DIA DE CAMPO Um dos objetivos do Dia de Cam­po foi o de apresentar aos produtores uma alternativa viável para diversificação das atividades dos agricultores fa­miliares, contribuindo para o desenvolvimento da atividade no município. Pela manhã, a programação contou com uma palestra sobre o projeto de Avicultura pelo pesquisa­dor João Pedro Zabaleta. Já a tarde, o grupo participou de uma visitação ao aviário do Recanto Negrinho do Pasto­reio, localizado na Colônia Açoita Cavalo, interior de Morro Redondo, dos proprie­tários Solange Cruz, Daltro Cruz, e dos filhos Mauricio e Murilo.

Dia de Campo contou com representantes de Hulha Negra e Dom Pedrito Foto: Joanes Araujo/Especial TP

A avicultura colonial tem como grande destaque a rentabilidade superior a da maioria das outras atividades do campo. O investimento necessário fica na casa dos R$ 5 mil e um quarto de hectare de terra já é o suficiente. Em relação à mão-de-obra, uma pessoa consegue conduzir a produção sem dificuldades. O aviário visitado tem capacidade para até 250 galinhas. Hoje, a produtora tem 200 animais e este empreendimento está dentro do procurado pelos produtores do município.

“A avicultura oferece uma estabilidade ao agricul­tor. Gera um salário mínimo por mês à família, precisa de pouca mão-de-obra, não exige esforço físico e garante receita constante, pois há comercia­lização de aves durante o ano todo”, expôs o pesquisador.

No sistema colonial, as aves são criadas em con­finamento até os 28 dias de vida e soltas em piquetes após este período. Surge aí uma das principais diferenças da avicultura colonial para a con­vencional: as aves têm livre acesso, durante o dia, a um piquete ao redor do aviário, onde terão pasto, sombra e espaço para caminhar. A roti­na diferenciada proporciona maior bem estar aos animais, diminuindo o nível de tensão e o risco de doenças.

RENTÁVEL Segundo o secretário Luiz Fernando, pelo menos três produtores vão iniciar a produção de um aviário em Hulha Negra. Uma questão que desperta a atenção de agricultores e estimula o desenvolvimento da avicultura colonial é a cres­cente procura dos consumi­dores por produtos coloniais ou agroecológicos, ou seja, por produtos livres (ou com menores teores) de resíduos de agrotóxicos e baseados em modelos de produção que avancem na direção da sustentabilidade ambiental, social e econômica.

O prefeito de Hulha Negra, Renato Machado, diz que a Administração Muni­cipal tem a consciência de que além de agregar renda e contribuir com questões ambientais e sociais, a avicul­tura colonial é fundamental para a segurança alimentar e a diversificação da matriz produtiva. “Hoje, nenhum produtor do município está habilitado para vender ovos coloniais em Hulha Negra. Por isso nossa proposta em proporcionar para os nossos produtores a possibilidade de uma nova renda. Temos a certeza de que em breve va­mos inaugurar agroindústrias de ovos em Hulha Negra”, garante o prefeito.

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