ALTERNATIVA

Hulhanegrense aposta no artesanato e na criatividade como fonte de renda e superação da pandemia do coronavírus

Tatiele faz trabalhos manuais em feltro e tecido Foto: Divulgação TP

Nesse período de pandemia devido ao novo coronaví­rus (Covid-19), que trouxe uma série de restrições sanitárias, suspensão de aulas e fechamento do comércio não essencial du­rante algumas semanas, a crise financeira se abateu em muitas empresas, resultando em uma redução considerável da renda fa­miliar ou, até mesmo, a dispensa de colaboradores.

Muitas pessoas precisa­ram se reinventar e correr atrás do prejuízo. A queda de valores no orçamento familiar chegou também aos trabalhadores autô­nomos. O Tribuna do Pampa conversou com Tatieli Cristina Borges Furich, 28 anos, que tra­balha com a confecção de produ­tos em feltro em Hulha Negra.

Ela contou à reportagem, que especificamente neste período de isolamento social, onde os pro­blemas financeiros se abateram na região e município, Tatiele conta estar sendo desafiador. Isso por­que, segundo ela, os trabalhos tem sido sua principal fonte de renda há cerca de cinco anos. “Acho que tanto pra mim, quanto pra todos demais autônomos, está sendo de­safiador. As vendas tiveram uma queda significante em relação a encomendas. Esse período está sendo de muito aprendizado, de se reinventar. No meu caso, sem encomendas, me propus a pesqui­sar algo para dia das Mães, época de vendas, daí surgiu algumas opções de lembrancinhas, e com isso apareceram as encomendas. E, aos poucos, vamos nos res­tabelecendo”, relata a artesã de Hulha Negra, acrescentando que “o bom, é que no decorrer desses quase cinco anos no artesanato, sempre tive a ajuda do meu es­poso e apoio da minha família, o que foi fundamental”.

O ARTESANATO Ela contou à reportagem que o artesanato começou em um período com­plicado de sua vida, quando ficou desempregada. “Sempre admirei o artesanato, mas nunca me des­pertou a vontade de trabalhar, quando menor até fiz pintura em pano de prato, mas como hobby. Quando desempregada me depa­rei com a seguinte pergunta: o que farei daqui pra frente? procurar um trabalho formal novamente ou trabalhar em casa? então comecei a pesquisar na internet sobre trabalhos manuais e foi aí que me apaixonei pelo feltro”, conta.

Tatiele diz que o início foi bastante difícil, e que os frutos começaram a ser colhidos após um período. “Eu não sabia nem costurar, mas a minha força de vontade em aprender foi maior que tudo. Foi então que comprei alguns materiais necessários para começar, foram erros e acertos até conseguir. Foram meses de pesquisa, vídeos no YouTube para aperfeiçoar, mas nenhum curso feito, somente praticando cheguei onde estou hoje”, explicou Tatie­le.

Atualmente, Tatiele é proprietária da página no Face­book, Cantinho do Artesanato, local onde ela expõe os traba­lhos feitos e os clientes podem contatar para encomendas, além do WhatsApp. Ela trabalha de casa, onde arrumou um cantinho especial. Questionada sobre o que representa o “Cantinho do Artesanato” para ela e trabalhos realizados, ela resume em uma palavra, sonho. “Aos poucos o que sonhei está se tornando reali­dade. Estou colhendo frutos hoje, devido a minha força de vontade lá atrás, quando tudo começou. Faço de tudo um pouco. No feltro faço guirlandas, lembrancinhas, peso de porta, personagens, deco­ração em geral; e no tecido, pano de prato, nécessaire, almofadas, capa de caderneta de vacinação”, expõe.

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