O domingo (19) foi de festa no salão da comunidade do assentamento Santa Elmira, interior de Hulha Negra. Isso porque o agricultor aposentado Sebastião Antunes de Oliveira, o seu Atanagildo do assentamento, como é conhecido, comemorou o aniversário de 105 anos ao lado de familiares e amigos da comunidade.
Com direito a bolo de aniversário e churrasco, seu Atanagildo foi só alegria pela festa ter como decoração o seu time do coração, o Internacional. Mesmo já um pouco debilitado pela idade e caminhando de forma mais devagar, permaneceu na festa até o meio da tarde quando o bolo foi cortado.

Comemoração do aniversário contou com a participação de diversos familiares Foto: Divulgação TP
Nascido em 20 de janeiro de 1920 na cidade de Planalto, Rio Grande do Sul, seu Atanagildo é descendente de Italianos. Os pais João Antunes de Oliveira e Juvelina Mariana da Luz, vieram da Itália e fixaram residência em Planalto, localidade que seu Atanagildo residiu até 1977 quando veio embora para Bagé.
Há 25 anos, seu Atanagildo é casado com Elvira dos Santos. O novo casamento aconteceu após ele perder a esposa Ana Maria, mãe dos seus oito filhos – Francisco, Jair, Iracema, Adão, Aristides (Pele), Helena, Irene e Teresinha. O idoso possui 42 netos e 15 bisnetos.

Nem mesmo algumas limitações físicas tiram o sorriso do rosto de seu Atanagildo Foto: Divulgação TP
Aos 102 anos de vida, em entrevista ao jornal ele havia falado sobre como ter chegado até essa idade. Na oportunidade ele havia respondido: “Nunca fumei e bebi uma ou duas vezes apenas na vida. Também sempre procurei comer alimentos que eu próprio plantei”, relatou com disposição.
HISTÓRIA DE AMOR
Através de uma das netas de seu Atanagildo, a reportagem do Tribuna do Pampa conheceu um pouco mais sobre a história do centenário que gosta de olhar os animais, em especial as galinhas e acompanha diariamente as programações da rádio Terra Livre.

Há 25 anos, seu Atanagildo é casado com Elvira Foto: Divulgação TP
Na região dos assentamentos, seu Atanagildo chegou em 1990 após ter residido em Bagé quando chegou na cidade em 1977 para morar com uma das filhas que já fixava residência na cidade. Ele deixou a cidade de Planalto, conforme relatado pela integrante da família ao jornal, a neta Jéssica Antunes, na tentativa de mudar de vida após sofrer por muitos anos pela incompreensão, por parte de indígenas, de querer viver o amor. “Ele casou com uma índia, nossa vó era tupi guarani e a tribo nunca aceitou o amor e casamento deles por ele ser branco. Ele foi para o tronco que nem escravo, teve a casa e as plantações destruídas pelo fogo, quando ficou com a esposa e filhos na rua e foi acolhido por um fazendeiro”, contou.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO