
Ilza Leitzke com uma cesta de produtos prontos para a festa Foto: Silvana Antunes TP
Sem dúvida que a gastronomia típica é o principal tempero da Semana do Colono. A variedade de doces e salgados expostos nos estandes e os que integram o tradicional café colonial são a principal atração do evento que costuma reunir um grande público e fomentar não só o comércio local, mas também pequenos produtores, confeiteiras e agroindústrias familiares.
Em Hulha Negra, a confeiteira Ilza Leitzke, de 76 anos, é um dos nomes quando se pensa em sabor e café colonial. Desde a primeira edição ela faz doces e salgados para a festividade, seja para o café ou a banca Ilza Doces. Entre as iguarias, tortas com recheios de frutas com morango e abacaxi.
A reportagem do TP esteve em sua casa em um dia de preparação dos quitutes para conversar com dona Ilza. Ao deixar de lado por instantes a confecção de bolachas de limão, ela relembrou suas produções e o quanto aprendeu ao longo da vida com a mãe Elfrieda Mielke, já falecida. “Aprendi as receitas de olhar minha mãe fazer. Sempre gostei de fazer bolos, fiz para diversos casamentos, inclusive o do meu filho, sempre foi natural trabalhar com isso”, contou.

Dona Ilza cuida de toda as etapas de produção
Sobre a Semana do Colono, dona Ilza diz ser bom ver a festa sendo retomada, apesar do tempo parado. Ela também lembrou de quando preparou sozinha o café colonial e até dormiu no ginásio. “Além das tortas e bolos eu ainda preparava o queijo frescal. Dormia no colchão no chão dentro do ginásio, levantava às 3h da manhã para estar com tudo pronto para o café. Ainda tínhamos uma vaca e o leite era tirado lá mesmo. Naquela época as exigências sanitárias eram diferentes, de lá pra cá muita coisa mudou”, conta.
De forma emocionada, dona Ilza, que antes residia na Colônia Salvador Jardim e agora se mudou para a sede do município, disse que a festa será também de saudade. Isso porque ela perdeu há dois anos o esposo Verno, companheiro de jornada na lida no campo e nos preparativos para a Semana do Colono. “Não é fácil, mas seguimos. Às vezes pensamos em parar de produzir e acabamos nos envolvendo novamente”.
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