* Cássio Gomes Lopes – historiador e escritor
Jorge Luiz Hoffmann nasceu em Espumoso, Rio Grande do Sul, no dia 30 de maio de 1957. Filho de Antonieta Brancher e Ary Hoffmann. Era o caçula de seus irmãos Lúcia Regina e Marco Antônio. Conhecido carinhosamente pelos amigos como “Alemão”, cresceu em Santo Antônio do Sudoeste, no Paraná, onde viveu sua infância.
Aos 14 anos de idade,mudou-se para Porto Alegre, Rio Grande do Sul, junto com seu irmão Marco Antônio, para dar continuidade aos estudos.
Passados alguns anos, com a conclusão do ensino básico, enquanto Marco ingressava no curso de Agronomia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Jorge, seguindo os passos do irmão, iniciava na década de 1970, sua graduação na FUnBA (Fundação Universidade de Bagé), atual Urcamp (Centro Universitário da Região da Campanha).
Durante a graduação, iniciou sua conexão com a cidade de Bagé, onde passou a maior parte de sua vida e que se declarava apaixonado. Lá, compartilhou moradia com os amigos Magrão e Sérgio Bervig, em uma casa localizada na Rua Marcílio Dias, em frente à antiga concessionária Veisul. Essas amizades foram preservadas e cultivadas ao longo de toda a sua vida.
Em julho de 1981, casou-se com Mariza Kalil Chaves, e dois anos depois teve sua primeira filha, Thaís.
Em 1984, deu início à sua trajetória profissional na Prefeitura de Bagé, exercendo a função de engenheiro agrônomo na Secretaria de Agricultura, cargo que ocupou até sua aposentadoria.
Em 1989, a família cresceu com o nascimento das filhas gêmeas Juliana e Gabriela.
Nos anos que se seguiram, Jorge especializou-se em Ecologia e, já na década de 1990, demonstrava forte preocupação com problemas que hoje são amplamente discutidos, como o aquecimento global, a poluição, o desmatamento e a degradação ambiental. Com um olhar visionário, destacava a importância da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade, evidenciando seu compromisso com a construção de um futuro mais equilibrado e consciente.
Ao longo de sua carreira profissional, Jorge se destacou pela dedicação ao serviço público, ocupando o cargo de Secretário Adjunto durante o governo do ex-prefeito Carlos Sá Azambuja. Em colaboração com o Deputado Federal Afonso Hamm, foi o idealizador do Comitê de Fruticultura, que se tornou um marco no desenvolvimento agrícola da região. Além disso, desempenhou papel crucial na promoção da Vitivinicultura na região da Campanha, ampliando o cultivo de uvas e oliveiras para toda a Metade Sul do Rio Grande do Sul. Seu colega e amigo pessoal, Luiz Fernando Mainardi destacou: “Hoffmann foi um dos idealizadores, senão o principal, do Comitê de Fruticultura e Vitivinicultura da Metade Sul”.
Em 2011, Jorge foi convidado pelo Deputado Estadual e hoje Prefeito da cidade de Bagé, Luiz Fernando Mainardi e pelo ex-governador Tarso Genro para coordenar a Câmara Setorial de Uva, Vinho e Oliveira da Secretaria de Agricultura do Estado, em Porto Alegre. Seu conhecimento e expertise o levaram a países como Uruguai, Argentina, Chile, Itália e Palestina, em busca de aprendizados e parcerias para fortalecer o setor na região.
Jorge aposentou-se em 2017 e, junto com sua companheira Maria Denise Borges, mudou-se para Pelotas, buscando estar mais próximo das filhas e do neto. No ano seguinte, foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença rara e pouco conhecida. Demonstrando coragem e resiliência, conviveu com a condição por aproximadamente dois anos, vindo a falecer em 2020.
Jorge Luiz Hoffmann deixou muita saudade naqueles com quem conviveu e um legado de dedicação às filhas, ao neto Gabriel, à companheira, aos enteados Bruno e Eduardo e à profissão, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da agricultura, a preservação do meio ambiente e o fortalecimento da Fruticultura e Vitivinicultura no Rio Grande do Sul. Sua trajetória segue como uma fonte de inspiração para a família, amigos e para os profissionais da área em que atuou.
Fonte: Depoimento das filhas Thaís, Juliana e Gabriela Hoffmann.