Erone Londero

* Por Cássio Lopes

* escritor e historiador

Erone Pedrinho Londero nasceu no dia 11 de maio de 1960, em Caçapava do Sul. Filho de Anacleto Arcangelo Londero e Irma Rech Londero. Foi o quinto filho de uma família de agricultores que, na época, residia no interior de Cachoeira do Sul, munícipio esse onde passou a infância e iniciou seus estudos.
Em 1968, com oito anos de idade foi diagnosticado com febre reumática, uma doença grave que pouco antes tinha causado a morte de um de seus irmãos. Devido ao tratamento precoce e aos muitos cuidados, superou a doença e teve uma infância feliz com muitas brincadeiras, banhos de rio e jogos de futebol.
Além do tratamento médico a família muito religiosa, contou com a fé para superar a doença do filho. Para pagar uma promessa, durante muitos anos acompanhou a mãe na romaria de Nossa Senhora Medianeira em Santa Maria.
Em 1976, em busca de novas terras para plantar, a família mudou-se para Rosário do Sul, onde Erone viveu a sua adolescência e concluiu segundo grau (atual Ensino Médio). Nas férias escolares, o jovem auxiliava o pai na lavoura, adquirindo conhecimentos e ganhando gosto pela atividade agrícola.
Em 1979, foi aprovado no vestibular para agronomia na FAT – Faculdades Unidas de Bagé (atual Urcamp). Formou-se Engenheiro Agrônomo em dezembro de 1983, exatamente no dia em que o Grêmio, seu time do coração sagrava-se campeão mundial em Tóquio.
Em 1984, iniciou as suas atividades profissionais na empresa Adubos Trevo S.A. Após, trabalhou na Prefeitura Municipal de Alegrete.
Casou-se em Bagé, no dia 06 de dezembro 1985, com Amélia Regina Ferreira, com a qual teve os filhos: Mauricio, Marcelo e Giovana.
Em junho de 1986, aprovado em concurso público, começou a trabalhar na EMATER, assumindo a nova função no escritório municipal de Cacequi, onde a nova família passou a residir.
Em 1992, transferiu-se para Pinheiro Machado e 1996 para Hulha Negra, município recentemente emancipado e que contava com diversos assentamentos da reforma agrária e pequenas propriedades rurais.
Foi entre os colonos assentados e os pequenos agricultores de Hulha Negra, que viveu os seus melhores momentos como extensionista rural. A área era vasta e as estradas precárias; no entanto, Erone encurtava as distâncias dirigindo o Lada Niva 4X4 da empresa, levando assistência, apoio e angariando simpatia e amizade.
Em 1999, assumiu a gerência regional da Emater em Bagé, iniciando assim a sua atuação política. Após um período na gerência, foi aprovado em concurso interno para o cargo de Assistente Técnico, passando a atuar junto aos escritórios municipais da região de Bagé, na área de reforma agrária.
Em 2008, movido por apelos e disposto a contribuir para melhorar a condição de vida, principalmente da população rural, licenciou-se da Emater para concorrer à prefeitura de Hulha Negra, não logrando êxito.
Em 2011, voltou a assumir a gerência regional, precisando afastar-se logo em seguida para tratar um câncer de rinofaringe. Após seis meses de um difícil tratamento, obteve a cura e voltou às atividades.
Em 2012, concorreu novamente à prefeitura de Hulha Negra, sendo eleito. Governou o município de 2013 a 2016.
Em 2017, voltou para as suas atividades na Emater.
Militante do Partido dos Trabalhadores (PT), desde a juventude, quando era universitário, era um entusiasta da agricultura familiar e do desenvolvimento regional.
Foi fundador do Fórum das Águas e do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), junto ao MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), projeto destinado, também, à infraestrutura para a produção leiteira dos municípios de Aceguá, Candiota, Hulha Negra, Pedras Altas, Pinheiro Machado.
Mas, nem só de lutas e trabalho foi a vida do Erone, entre as muitas atividades profissionais sempre sobrava tempo para o descanso e lazer. Pescar, viajar, ouvir música e cozinhar para família e amigos foram seus Hobies preferidos. Não abria mão do churrasco no domingo. Outra atividade que curtia muito era a produção de vinho caseiro, utilizando os equipamentos herdados dos antepassados italianos.
Em toda a sua trajetória profissional e política, sempre teve o olhar voltado para os mais pobres e humildes, lutando por oportunidades para todos. Não tolerava nenhum tipo de discriminação.
Em 2018, aos 58 anos de idade foi diagnosticado com câncer gástrico em estágio avançado.
Demonstrando uma força impressionante, fez uma espécie de despedida no seu perfil do Facebook, expondo a sua luta contra a doença e que as chances de recuperação eram remotas.
Faleceu em 18 de abril de 2019, deixando a esposa e os filhos Mauricio e Marcelo.

Fontes: Depoimento Amélia Regina Ferreira Londero; https://www.tribunadopampa.com.br/hulha-negra-e-regiao-perdem-o-ex-prefeito-erone-londero/; https://www.jornalminuano.com.br/noticia/2019/04/19/morre-o-ex-prefeito-de-hulha-negra-erone-londero; https://hulhanegra.rs.gov.br/noticia/visualizar/idDep/1003/id/1249/?prefeitura-emite-nota-de-pesar-pelo-falecimento-do-ex-prefeito-erone-londero.html

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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