INFRAESTRUTURA

Lideranças da região fazem mobilização para que nova ponte sobre o rio Jaguarão saia do papel

Desde 2013 que o processo tem idas e vindas, não tendo o desfecho da obra

Protesto reuniu lideranças da região durante esta terça-feira (14) Foto: Divulgação TP

Se dizendo cansados de esperar por uma solução da burocracia estatal, um grupo de lideranças, organizados pelo Fórum de Desenvolvimento Regional, Manejo das Águas e Combate às Estiagens (Fórum das Águas) realizou, de forma pacífica, um protesto pela demora de quase uma década para que o projeto de uma nova ponte sobre o rio Jaguarão, na tríplice divisa entre Candiota, Hulha Negra e Aceguá, saia do papel.

A manifestação aconteceu na tarde desta terça-feira (14) junto a velha estrutura de madeira que há no local, reunindo além de moradores da região, vereadores, vereadoras e dirigentes de entidades e cooperativas, além de assessores de deputados estaduais e federais. “Nossa luta é atender o anseio da comunidade. Todos os prefeitos e vereadores têm buscado solucionar, mas não dependem deles. O entrave está na burocracia do governo do Estado. Já se passaram três governos estaduais e nada foi feito. Com essa ação temos certeza que vamos sensibilizar as autoridades para que a obra se concretize. Não estamos aqui por bandeira político-partidária e sim pelo desejo da comunidade, que é quem de fato precisa da ponte”, assinalou na ocasião, o coordenador do Fórum das Águas, vereador de Candiota, Guilherme Barão (PDT).

Para o presidente Cooperativa de Produção Agropecuária do Pampa Gaúcho Ltda (Coopampa), Márcio dos Santos, a agricultura familiar possui grande importância econômica para os municípios, lembrando que pela ponte deveria passar a produção local. “A ponte é fundamental para nós”, disse.
A moradora do assentamento Pátria Livre, em Candiota, Jaqueline Arce, reforçou a importância da estrutura para as comunidades que a utilizam. “Faz 20 anos que estou aqui e temos esta situação vergonhosa. Entra governo e sai governo e a ponte não sai. Precisamos dar uma volta muito grande ou se arriscar passar por aqui”, se queixou ela durante o manifesto.

A moradora do assentamento Pátria Livre, em Candiota, Jaqueline, se queixou que a falta de uma ponte decente, atrapalha muito a vida de todos da comunidade Foto: Divulgação TP

ENTENDA O CASO – Com recursos garantidos desde 2013, numa parceria entre a União e o Estado, a construção de uma nova ponte sobre o rio Jaguarão se arrasta entre muitas idas e vindas, teimando em não sair do papel. Desde novembro de 2020, a estrutura, que é de madeira e está bastante comprometida, foi interditada pela Prefeitura de Aceguá em função do iminente risco. O projeto é para uma ponte de concreto.

A ligação fica na divisa entre Candiota, Hulha Negra e Aceguá, mas também tem importância para os municípios de Pedras Altas e Herval. Neste momento, os moradores da região precisam se utilizar de caminhos alternativos e mais longos, especialmente para chegarem até o Hospital da Colônia Nova – estrutura de saúde muito utilizada pelos moradores da zona rural dos municípios.

Licitada desde 2016, a empreiteira ganhadora, Lavoro Engenharia, pela segunda vez pediu reequilíbrio financeiro, pois os valores iniciais já não cobrem sequer os custos do empreendimento. A última pedida era de elevação do valor de cerca de R$ 1,9 milhão para pouco mais de R$ 3 milhões. Esta situação que ainda aguarda tramitação burocrática e envolve o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Regional (SEAPDR) e o Ministério da Agricultura. No ano passado se conseguiu a liberação para fosse utilizada na obra os recursos dos rendimentos do dinheiro depositado em conta específica desde 2013.

As últimas informações que o TP teve acesso sobre a situação, é que o projeto tramita e deve ter a aprovação para que haja o reequilíbrio e a empreiteira possa dar início de fato na obra, que em 2020 chegou até ser colocada uma placa no local, tendo sido assinada a ordem de serviço de início de obra pelo governo do Estado.

Placa da obra foi afixada em 2020 e diz que a obra terminaria em abril de 2021 Foto: Divulgação TP

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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