FUTURO DO CARVÃO

Lideranças entregam pedido em Brasília para o não fechamento da Usina de Candiota

Ofício com 25 assinaturas de prefeitos e vereadores da região foi entregue por Paulinho Parera e Lelinho Lopes

Reunião aconteceu no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde está concentrada a equipe de transição da futura gestão do governo federal Foto: Divulgação/TP

Na última quarta-feira (7), o presidente do PT de Bagé, Paulinho Parera esteve em Brasília, junto ao vereador bageense, Lelinho Lopes, entregando ao coordenador do Gabinete de Transição de Minas e Energia do governo eleito, Giles de Azevedo, o ofício com as assinaturas de lideranças políticas da região, entre vereadores e prefeitos de diversos partidos, para barrar a venda da Usina de Candiota.

O movimento iniciou após a declaração em entrevista ao Canal Energia, do CEO da Eletrobras (holding que a CGT Eletrosul integra), Wilson Ferreira Júnior, de que a companhia não tem mais interesse em energias que não sejam renováveis e que, portanto, a Usina de Candiota não estava mais nos planos, podendo ser fechada a partir do fim de 2024 ou vendida.

Giles afirmou na reunião que encaminhará um ofício para a Casa Civil, solicitando informações sobre a possibilidade de venda. “Bem como irei procurar o BNDES para saber se o mesmo está participando desta engenharia”, falou.

Para Paulinho Parera, a sinalização positiva do coordenador é uma vitória para toda a região. “Sem dúvidas saímos muito satisfeitos da reunião, sabendo que uma intervenção ocorrerá. Não sabemos quais as verdadeiras intenções desta tentativa de venda da usina, mas certamente causa muita preocupação no que diz respeito aos empregos e ao impacto econômico na nossa região”, concluiu.

Preocupados com informações sobre a possibilidade de venda da unidade antes do final do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o movimento liderado por Parera, juntamente com os vereadores do PT de Bagé, Caren Castencio, Marlon Monteiro, Lelinho Lopes e Flavius Dajulia, começou a recolher assinaturas no final de novembro.

Participaram também da agenda com o coordenador da Transição, o frei Sérgio Görgen, o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) e o deputado federal Paulo Pimenta (PT).

SENERGISUL – A diretora estadual do Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), a candiotense Cristina Gonzales, também esteve em agenda com o Giles Azevedo em Brasília na mesma semana. Na oportunidade, ela entregou um documento que argumenta as potencialidades da Usina de Candiota, principalmente em termos financeiros e ambientais, além da conexão Brasil-Uruguai, justificando o não fechamento da mesma.

Cristina também esteve em agenda com Giles Azevedo em Brasília Foto: Divulgação/TP

Em um trecho, o documento relata que pessoas sem o devido conhecimento relacionam a usina ao que acontecia há 30 anos. “Nos condenando por um passado que não é nosso. O Ibama é um órgão federal que nos monitora 24 horas por dia, de forma on-line, para verificar se violamos qualquer premissa do nosso licenciamento ambiental e tem o poder de determinar o desligamento automático da usina, mas não o faz dado a excelência no atendimento de tais premissas”, diz o texto.

Quanto à conexão energética internacional, o texto fala sobre a intenção que o presidente Lula manifestou de fortalecer as relações com o Mercosul. “Fica claro a necessidade da permanência da Usina de Candiota sob responsabilidade governamental, haja visto, a sua importância para a garantia técnica na área onde está inserida a conexão internacional com o Uruguai, a qual atende a necessidades de ambos os países e, inclusive, a própria Argentina, que, recentemente, também necessitou receber energia brasileira via a conversora uruguaia”.

Por fim, Cristina disse que saiu da agenda motivada e agradeceu a sua amiga Fernanda Santos, ex-vereadora de Candiota pelo PT, que conseguiu a marcar o encontro para ela.

 

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