TRANSIÇÃO JUSTA

Missão na China faz imersão tecnológica sobre produção de fertilizantes a partir do carvão

A viagem tem como objetivo conhecer plantas industriais que capturam CO2 e transformam em fertilizantes

Primeira planta visitada foi na cidade de Erdos Foto: Seapi-RS/Divulgação

Uma comitiva gaúcha-brasileira iniciou a semana em busca de novos conhecimentos e principais tecnologias referentes a produção de fertilizantes nitrogenados a partir das usinas termelétricas a carvão mineral, em uma missão técnica na China. A comitiva é integrada pelo deputado estadual Paparico Bachi (PL); o presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), Fernando Zancan; do prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, representantes do governo federal e estadual e de empresas públicas e privadas, como a Âmbar Energia (dona da Usina de Candiota).

Já nesta segunda-feira (11), conforme repassado pela assessoria de Comunicação do deputado Paparico, a missão visitou um projeto de captura de dióxido de carbono (CO₂), na cidade de Erdos. O plano demonstrativo captura 1,2 milhão de toneladas de CO₂ por ano da queima de carvão, gerando 2,3 milhões de toneladas de fertilizantes. Essa tecnologia permite reter entre 85% e 90% do gás carbônico. As plantas que estão sendo visitadas são da empresa chinesa JNG, que é uma gigante mundial no domínio e pesquisa desta tecnologia.

Para Fernando Zancan, engenheiro de Minas, é “totalmente possível implantar isso no Rio Grande do Sul, só precisamos deixar em operação por mais tempo, mas é uma tecnologia promissora”.

Durante a missão, a comitiva irá visitar plantas com técnicas inovadoras que utilizam amônia para realizar dessulfurização e captura de CO₂, processo que resulta na produção de fertilizantes como sulfato de amônio e bicarbonato de amônio. “A produção de fertilizantes é uma questão de soberania nacional. Nossa viagem à China tem como objetivo construirmos caminhos para reduzir a dependência de insumos externos e potencializar a fabricação de produtos no Brasil, principalmente em solo gaúcho onde temos uma grande riqueza mineral”, disse o deputado Paparico Bacchi, também presidente da Frente Parlamentar da Mineração e do Polo Carboquímico da Região da Campanha.

Atualmente, o Brasil é responsável por cerca de 8% do consumo global de fertilizantes,  atrás apenas da China, Índia e dos Estados Unidos. Mais de 80% dos insumos agrícolas são importados, tendo Rússia, China e Canadá como principais fornecedores. As culturas de soja, milho e cana-de-açúcar respondem por mais de 73% da demanda. A missão na China segue até o dia 16 de agosto.

PLANO ESTADUAL DE FERTILIZANTES

Recentemente, o deputado Paparico protocolou na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul um projeto de lei que visa instituir o Plano Estadual de Fertilizantes, Insumos para Nutrição de Plantas e Bioinsumos. A proposta tem como objetivo principal fortalecer a base produtiva agropecuária gaúcha por meio do uso racional e sustentável de insumos agrícolas.

O PL é direcionado ao desenvolvimento sustentável, à segurança do setor agropecuário e à consolidação do Rio Grande do Sul como um dos maiores estados produtores de grãos do país. Além do plano, Paparico defende a implantação de uma fábrica de ureia no estado, uma iniciativa que reduziria significativamente os custos de produção agrícola. A missão na China é um passo fundamental para concretizar essa visão de trabalho do deputado Paparico Bacchi em construir um Rio Grande do Sul mais autossuficiente e sustentável na produção agrícola.

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