SAÚDE

Na região, apenas Candiota atinge índice de cobertura vacinal contra a poliomielite

Com baixa cobertura, Brasil corre risco de retorno da doença. Hulha Negra apresenta o menor indicador com 43,40%

Vacinação foi prorrogada até o dia 30 com o objetivo de atingir um maior número de crianças Foto: Divulgação TP

O Ministério da Saúde (MS) anunciou que vai prorrogar a campanha de vacinação contra a poliomielite até o dia 30 de setembro. A medida, segundo a pasta, visa aumentar a cobertura vacinal e a adesão da população A vacinação, que está em baixa.

Até esta sexta-feira(16), o Ministério computava que, durante a campanha, no Brasil, apenas 43% das crianças na faixa etária entre 1 e 5 anos de idade haviam sido imunizadas contra a poliomielite.

A meta da campanha é alcançar uma cobertura igual ou maior que 95% neste público, fora desse patamar, a população não pode ser considerada protegida. As sucessivas quedas nos índices de alcance da vacinação contra a poliomielite podem levar o Brasil a ter registros novamente da doença que está erradicada desde 1990.

Segundo a enfermeira do Núcleo de Imunizações da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Lusiana Larrossa, as cobertura vacinais vem caindo, devido as campanhas que foram feitas contra as vacinas. “Na pandemia tivemos uma queda ainda maior das coberturas de vacinas do calendário e agora estamos trabalhando fortemente na recuperação destas coberturas, com o objetivo de não deixar voltar doenças já erradicadas”, relatou a enfermeira.

Na região de cobertura do TP, apenas Candiota atingiu a meta, alcançando 106,18%. Segundo a coordenadora da Atenção Básica do município, Ariadne Meira, o dia D contribuiu para alcançar a marca. “Antes mesmo do Ministério de Saúde lançar uma campanha para os municípios irem nas escolas, nós já tínhamos começado a ir na educação infantil, então a gente só continuou e de alguma forma fomos captando, conseguindo fechar a meta dentro do prazo”, falou.

Ariadne também atribui o resultado ao investimento do Executivo em capacitações e às profissionais. “Uma coisa que me surpreende é que apesar das vacinadoras já terem mais de 20 anos de sala, elas se entusiasmam de uma forma e compram a briga, vão pra campo, pedem ajuda dos agentes, até conseguir”, relatou.

Já Hulha Negra, é o município com o índice mais baixo, com 43,4% de cobertura, no entanto, o município já está promovendo novas ações para aumentar o índice de vacinação contra a poliomielite.

Na próxima semana estão previstas ações como a vacinação nas escolas (mediante apresentação do termo de autorização). Outra ação será a busca ativa por quem ainda não está imunizado e que mora em local de difícil acesso. No dia 24 de setembro acontece o Dia D Municipal de Vacinação, com a sala de vacinação aberta das 8h30 às 16h. A Secretaria de Saúde lembra que a sala de vacinação está aberta diariamente (segunda a sexta-feira) das 8h30 às 12h e das 13h às 16h30. A sala de vacinação está localizada junto ao Centro de Atendimento Integrado em Saúde (Cais), na sede do município.

Em relação ao índice atual de vacinação, o secretário de Saúde, Volney Jorge, ressalta que o quantitativo recomendado pelo MS é maior que o número de crianças residentes no município. Também destaca que pela proximidade dos municípios de Candiota e Aceguá, algumas crianças que residem em Hulha Negra, acabam realizando a aplicação da vacina nos municípios vizinhos.
“Muita gente está minimizando a gravidade de prevenção da pólio, trata-se de uma doença muito grave. Ela pode deixar sequelas pra vida toda de uma pessoa. A pólio deixa sérias sequelas. Caso seja contaminada, sem estar vacinada, o vírus afeta o sistema nervoso da criança, provocando lesões que levam à paralisia irreversível, principalmente nas pernas”, enfatizou o secretário.

O prefeito de Hulha Negra, Renato Machado reforça a importância da vacina e faz um apelo. “Pedimos aos pais e responsáveis que levem as suas crianças e adolescentes à unidade de saúde, para que elas sejam protegidas dessas doenças imunopreviníveis, evitando sequelas e possíveis surtos”, destacou o gestor.

ÍNDICES VACINAIS DA POLIO NA REGIÃO

 

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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