O que fazer

Na semana passada escrevi que Sérgio Moro não seria viável. Não sabia ou ainda não havia sido decidido que não seria candidato. Em política tudo pode mudar amanhã, mas parece que os políticos de plantão, aqueles que Moro deixava esperneando em uma penitenciária de Curitiba até dizerem o que ele queria ouvir não esqueceram do algoz de ontem. Assim, Moro só é útil como candidato a deputado federal onde com sua votação, se é que terá, poderia ajudar a eleger mais um da sigla. Como o pessoal não vai deixar barato os excessos de Curitiba, deverá ser incentivado a perder a eleição para governador ou para o senado.
Porém, o que muitos devem estar pensando é o que deverá fazer o próximo presidente, seja ele quem for. A maioria das pessoas tem pouco conhecimento de quase tudo e isto é normal, seja ela um operário de atividades básicas ou um engenheiro que entende um pouco de engenharia e só. Mas todos achamos que entendemos o suficiente para umas ideias.
Eu diria que o primeiro problema a ser enfrentado pelo próximo presidente será controlar a inflação, o que não é fácil de resolver. Mas necessário. A inflação deixa quase todos mais pobres e com isto cai o consumo, logo cai a produção, o investimento, reduzem os empregos e isto vai causando um efeito dominó onde tudo vai desandando, como já estamos vendo. A inflação será o segundo maior problema para o qual o presidente terá de fazer o povo acreditar que ele tem soluções e assim ser reeleito. O primeiro, naturalmente, será explicar as centenas de milhares de mortes por covid ocorridas por culpa direta do presidente que, no mínimo, deveria ter dado o bom exemplo de se proteger como indicavam os protocolos.
Falar em controlar a inflação é fácil, difícil é explicar como. Em poucas linhas nem vou me atrever, mas há muitos que dizem que fazendo assim ou assado resolve. Será?
O segundo desafio do presidente será dar estabilidade a produção de energia e ao preço da energia, incluindo aqui, é claro, os combustíveis. Teremos um presidente que saberá fazer a Petrobrás trabalhar com lucro que seja justo para os donos da empresa e para a sociedade? No governo atual o povo vem sendo saqueado para bancar os exorbitantes lucros da Petrobrás. Neste caso o governo tem poderes para estabelecer o equilíbrio porque domina o conselho de administração da empresa. Na energia elétrica deverá haver um amplo processo de produção que garanta energia para o país que atualmente depende das chuvas para fazer funcionar as usinas hidrelétricas e só não entrou em colapso porque o país não se desenvolve economicamente.
Não vai falar do povo?
O povo pode eleger um presidente que se não atrapalhar muito será melhor que os dois últimos que elegeu, Dilma e Bolsonaro.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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