EDUCAÇÃO

Oktoberfest da Trigolândia é destaque em trabalho escolar

Pandemia ocasionada pela Covid-19 impediu a realização da festividade que reúne público de toda região em Hulha Negra

Trabalhos feitos pelos alunos em desenhos ou vídeos mostram o amor e carinho pela festividade Foto: Divulgação TP

Uma grande festa realizada anualmente em Hulha Negra, a Oktoberfest da Trigolândia, que neste ano não se realizou em razão do cancelamento de eventos em decorrência da pandemia do novo coronavírus, foi lembrada por quase 200 alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Manoel Lucas de Oliveira.
Isso por que, os estudantes do 1º ao 3º ano do Ensino Médio foram desafiados na disciplina de Arte, ministrada pela professora Marilu Kercher, a fazer um trabalho escolar sobre a festividade. Conforme a professora relatou ao Tribuna do Pampa, em 2020, a educação nas escolas ainda encontra dúvidas e incertezas, os professores criam, inventam e reinventam mostrando a todos seu potencial e a escola Manoel Lucas está procurando suprir as necessidades e dificuldades do ano letivo. “A vida é cheia de surpresas, boas ou más. Estamos em constante transformação. Em 2020 estamos presenciando está afirmação de maneira intensa, o que marcará a história da humanidade. Neste contexto atual, buscamos com os alunos o resgate das atividades culturais de nossa Hulha Negra, deixando na lembrança, a alegria contagiante, os eventos e a cultura”, explica Marilu.
Com relação ao formato do trabalho, Marilu explicou que os alunos divulgam as atividades propostas pelas redes sociais, onde as pessoas podem se ver e rever, além de imaginar as próximas festividades. “Afirmar que Hulha Negra é a cidade mais colonial da região já se tornou repetitivo, mas comprovar está afirmação é totalmente viável. Nossa cidade realiza a festa mais alegre da região que infelizmente em época de pandemia está suspensa, mas nada impede que as atividades de Arte no mês de outubro sejam direcionadas a nossa Oktoberfest”, enfatiza a professora.
Marilu também falou sobre as dificuldades dos alunos na realização dos trabalhos e sobre a Arte. “Nossos alunos enfrentam inúmeras dificuldades para cumprir o que lhes é proposto. Em número expressivo nossa clientela é do campo onde o sinal da internet geralmente é péssimo e muitos não dispõe de celular, usando o aparelho dos pais. Conheço a realidade dos meus alunos, enfrento e vivencio suas dificuldades, pois também resido na zona rural (Capivara B). Valorizo e aceito suas atividades, pois reconheço o esforço e a capacidade de cada um deles, pois a arte não se limita apenas a uma pintura, uma canção ou espetáculo de dança. Toda obra trás em si elementos históricos sociais e subjetivos, pois fala não somente do artista e do seu universo interior, mas também da sociedade, da cultura e da época que o artista está inserido”, conclui.

OS ALUNOS – Em razão da importância da festividade e o envolvimento da comunidade em cada edição, o TP conversou com algumas alunas. Na ocasião, elas falaram sobre o trabalho e a lembrança da festividade.
Para a aluna Marina Leal, da turma 201, foi legal fazer o trabalho. “Nos inspira a não desistir em meio a um ano tão difícil, a não esquecer das nossas tradição, de sempre lembrar o quanto são boas as festas daqui e que infelizmente esse ano não temos. Vamos pelo menos lembrar”, disse a aluna.
Já Leontina Leal, também do 2º ano, disse ter achado interessante resgatar a tradição. “Não esquecemos essa festa, mesmo que não tenha e que estamos num momento difícil e delicado é importante e bom que a gente relembre um pouco dos momentos da dessa grande festa que é tão importante para o nosso município”, frisou a aluna.
O TP também conversou com a aluna Poliana Muria Fogliarini, estudante do 2º ano. Quanto ao trabalho relacionado à Oktoberfest, ela disse ter pensado em caprichar, visto a cultura alemã ser importante devido às raízes familiares. A jovem também falou sobre o trabalho realizado. “Fiz um vídeo com várias fotos, e pra ser sincera nem precisei pesquisar sobre a Oktober, pois como eu conheço bem essa cultura eu resolvi tirar tudo da minha cabeça. Então fui até o Facebook da Oktober, onde lá consegui ótimas fotos. Também consegui fotos com a professora Marilu e com uma tia minha. Decidi montar o meu vídeo mostrando a cultura, as comidas, as brincadeiras e as danças… tudo da origem alemã. Para mim fazer esse vídeo foi uma grande honra, e fiquei ainda muito feliz em saber que chamei um pouquinho da atenção das pessoas com os meus vídeos. Aproveito também à professora Marilu, pois pude conhecer mais sobre cada cultura e falar sobre as festas do nosso município”, conclui.

SOBRE A FESTA – A Oktoberfest acontece anualmente no Clube Concórdia, na Trigolândia. Além do tradicional café colonial com produtos típicos da cultura alemã, conta com jogos germânicos, culto ecumênico e apresentações. Os bailes são animados por grupos especiais e o chope é um dos grandes atrativos.

Helmut e Ester Koester durante abertura oficial da festa em 2019 Foto: Arquivo TP

A beleza dos descendentes alemães é um dos principais destaques da Oktoberfest. Em 2019, Corte de Soberanas da 19ª festa foi composta pelas jovens Yasmin Tonetto (rainha), Juana Pereira (1ª princesa) e Kamilla Ortel (2ª princesa), que levaram simpatia, beleza e muito carisma ao público presente. A médica Ester Koester, atualmente integra a comissão organizadora da festa ao lado do pai e idealizador da Oktoberfest, Helmut Koester.

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