Está em pleno funcionamento e de forma regular em Candiota, o lagar – local onde se faz o processamento das azeitonas – de propriedade da Olivas do Brasil, que tem como um dos sócios, o advogado, empresário e produtor rural portoalegrense, Jorge Buchabqui. Situada em uma área de 18 hectares localizada em frente aos silos da Cotribá (antiga Cerealista Reimann), às margens na BR-293, no km 147, a indústria, que opera há cerca de um ano e está na segunda safra, possui construção de 1,3mil m² e equipamentos supermodernos.

Indústria está situada no km 147 da BR-293 Foto: Fotos: Janete Cunha/Especial
Ao Tribuna do Pampa, o gerente geral Roberto Monaco explicou que a indústria possui equipamentos semiautomáticos com capacidade de processamento de até 2 mil kg de azeitonas por hora. Ele destaca, porém, que as adversidades do clima estão ocasionando uma quebra de safra e que atualmente está sendo processando cerca de 6 mil kg por dia, o que gera, em média, 1,2 mil litros de azeite diários. Já quanto ao envase, a capacidade, segundo Roberto, é de 500 garrafas de 500 ml e 200 bombonas de 5 litros por hora em dias normais de trabalho. “Essa é a capacidade da nossa indústria, mas o processamento diário acontece conforme a quantidade de azeitonas recebidas. Além disso, para o envase, é necessário esperarmos o processo de tempo necessário de quarentena do azeite que é armazenado em tanques de inox, em sala isolada com painéis acústicos e climatização média ao longo do ano de 20°C para mantermos a qualidade do azeite”, explicou.
PROBLEMAS DO CLIMA
Na safra 2025 a previsão é de processamento de em torno de 100 mil quilos de azeitonas. Anteriormente já chegaram a ser processados 150 mil quilos. Isso explica a operação abaixo da capacidade da indústria Olivas do Brasil, que recebe frutos dos sócios e de terceiros.
O empresário Jorge Buchabqui, ao jornal disse que o fator climático causou uma redução na safra, causando a baixa disponibilidade de matéria-prima para a fabricação e venda do azeite. “O clima não estando adequado, com a temperatura baixa necessária no período que antecede a floração, há uma redução de produção. É um problema de todos os produtores aqui do sul do Estado apesar das árvores já estarem desenvolvidas. Inclusive já perdemos vendas por falta de produto”.
EMPRESÁRIOS
Buchabqui, o filho Rafael e a filha Carolina já empreendem no interior de Pinheiro Machado, desde 2017, quando desenvolveram o azeite Torrinhas, na Fazenda Lanceiros Negros, que fica no limite da Serra do Sudeste e da Campanha Gaúcha, atraídos pela linha do paralelo 31° Sul, considerado ideal para a fruticultura. Além dele e os filhos, outros sócios estão no negócio da indústria: Luiz Fernando Mainardi (prefeito de Bagé), James Cleary (ex-CEO do frigorífico Pampeano), Marcelo Fagundes, Gustavo de la Barrera e Rodrigo Sebben.
OUTROS EMPREENDIMENTOS
Em entrevista anterior concedida ao TP, Jorge havia relatado que o projeto previsto pela empresa era dividido em etapas, com previsão, além da indústria, de uma loja de azeites, um restaurante e uma pousada, totalizando, juntos, investimentos de cerca de R$ 20 milhões.
Quanto às próximas etapas, o empresário disse esta semana ao jornal que não há uma data definida, que se trata de um plano mais para o futuro, pois depende também de outros empreendedores da região. “Concluímos a etapa fundamental de fabricação do azeite e está em pleno funcionamento. Os demais, cada um ao seu tempo. Estamos próximos de importantes produtores e empreendimentos de uva, vinhos, azeites e azeitonas, como a Vinícola Miolo (Seival), Luiz Eduardo Batalha (Azeite Batalha), Vinícola Batalha e a Bueno Wines (Galvão Bueno). Temos que montar um negócio conjunto pra atrair turistas para Candiota e região. Estamos num local de facilidades logísticas e podemos e por estar onde há outros produtores de azeite e de vinhos, projetando um futuro breve de um polo enogastronômico”, destaca.
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