Em Candiota, há um bom tempo é possível reparar diversas pessoas praticando caminhadas e pedaladas às margens da rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC), porém, a maioria sem usar nenhum tipo de equipamento de sinalização, como coletes refletores e bicicletas com iluminação.
O coordenador de Trânsito do município, Flávio Sanches, informou que já fez diversos alertas sobre os riscos que a MAC apresenta em sua extensão, principalmente para as pessoas que realizam atividades no final do dia, quando a luminosidade já está baixa. “Estão ignorando o perigo em uma via, onde o trânsito de veículos de cargas é muito intenso. Só quem já foi caminhoneiro como eu, sabe o risco de estourar um pneu devido a carga pesada”, alertou, destacando que se isso acontece, a probabilidade dos destroços do material, assim como as partes metálicas da roda soltarem e atingirem uma pessoa, é muito grande. “Ou até mesmo uma roda se soltar do eixo por estar frouxa”.
Além disso, ele aconselha que esse tipo de atividade em BR e em vias não seja praticada, e que as pessoas optem por exercícios em locais apropriados. “Acredito que o mais seguro é praticar em caminhodromos, onde não há esses riscos”.
Rodovia apresenta fluxo intenso de veículos Foto: Sabrina Monteiro TP
EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA
De acordo com a Brigada Militar de Candiota, principalmente os ciclistas precisam utilizar os equipamentos de segurança e também colete e luz na bicicleta. “Infelizmente a grande maioria não utiliza o material necessário, principalmente luz que até mesmo de dia é preciso. As faixas refletivas são ideais, pois chamam a atenção dos motoristas”, também aconselhando que as atividades sejam realizadas em grupos, para que também facilite a visibilidade.
Além da falta de sinalização, já foi possível reparar que muitas pessoas, tanto a pé quando em bicicletas, acabam indo para a rodovia com roupas totalmente escuras, dificultando ainda mais a visão dos motoristas e proporcionando ainda mais riscos.
A dentista candiotense Sandra Aymoto, que também é uma das pessoas apaixonadas pelo pedal, deu orientações para que a atividade não termine em acidente e até mesmo em tragédia. “Uma boa iluminação é fundamental, como luz branca dianteira e vermelha traseira, tanto para visualizar possíveis obstáculos, como pedras e buracos, e também para ser visível para outras pessoas ou veículos. Uso do capacete não importando o horário, e nunca andar na contramão, mas sempre no acostamento”, orientou, dizendo que na falta de colete ou faixa refletiva, deve-se optar por roupas claras e chamativas, tanto os ciclistas como também pedestres que fazem esse tipo de atividade. “Também é importante que os motoristas mantenham a distância de 1, 5 metros aos se aproximar ou ultrapassar uma bicicleta.
É recorrente encontrar pedestres e ciclistas sem equipamento de sinalização e com roupa escura, quase sempre ao fim do dia e até à noite Foto: Sabrina Monteiro TP
MEDO
Há muitos anos atuando como motorista profissional em Candiota, Rinaldo Coutinho, 57 anos, expressa muita preocupação em relação a essa situação. “Não sei se as pessoas não têm noção ou querem mesmo arriscar suas vidas. Não sei mesmo o que pensam em caminhar ou andar de bicicleta numa rodovia. Pode, a qualquer momento, por exemplo, um animal saltar sobre a pessoa e ela precisar invadir a pista por este ou outro motivo. O meu medo é atropelar alguém e tem muita chance de ser uma pessoa conhecida da gente ou até um amigo. E claro, quando acontece um acidente assim, a culpa quase sempre recai sobre o motorista”, expressa.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
