Aos 92 anos, a parteira aposentada assinala que mais de 100 crianças vieram ao mundo por suas mãos Foto: Sabrina Monteiro TP
Nesta sexta-feira, dia 5 d maio, anualmente é comemorado o Dia Internacional da Parteira, designado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021.
A profissão, que já se tem dificuldade em encontrar pessoas atuando, ainda é a alternativa mais utilizada em comunidades indígenas e quilombolas, por exemplo, onde o acesso ao serviço público de saúde é mais limitado.
Para celebrar a profissão que ajudou inúmeras mães a trazerem seus filhos ao mundo, conversamos com a dona Genecy Camargo Fonseca, 92 anos, que relembrou dos partos que realizou em Candiota.
A bageense e técnica em enfermagem, atuou por mais de 30 anos na Capital Nacional do Carvão, cidade que reside atualmente. Em conversa com o TP, dona Genecy falou sobre o trabalho realizado como parteira. “Eu sou parteira nas horas de necessidade, porque formada na área eu nunca fui. Já tive vários papéis, mas não sou especialista”, contou.
Mesmo sem especialidade na área da obstetrícia, a aposentada informou que já realizou diversos partos prematuros. “Eu sempre atendi, porque a criança está nascendo e o que nós vamos fazer? Só temos que ajudar”, disse.
ZERO PROBLEMA – Mesmo deixando claro que não possui especialização na área, dona Genecy informou que nunca teve problemas nos partos que realizou. “Sempre atendi sozinha, e todas as pessoas irão falar a mesma coisa, nunca tive problema nenhum nas minhas mãos”, afirmou.
Mais de 100 crianças nasceram pelas mãos da parteira, que relembrou de situações inusitadas. “De Candiota até Bagé nasceram três crianças dentro da ambulância, e eu que atendi. Sem falar que umas duas senhoras foram até a porta da minha casa pedindo ajuda, e de jeito nenhum eu deixei alguma desamparada”, pontuou.
Durante a conversa, ela contou que já recebeu visita de algumas pessoas que afirmaram ter nascido com sua ajuda. “Já recebi a visita das crianças que fiz o parto, agora já adultas, falando que nasceram pelas minhas mãos”, disse alegre.
Além de parteira, a técnica atuou na mina de carvão da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), onde realizava atendimentos ambulatoriais. Dona Genecy tem uma única filha, três netos e três bisnetos.
Durante uma sessão especial sobre o Outubro Rosa, em 2021, a Câmara de Candiota lhe fez uma homenagem pelos seus serviços prestados.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
