POLÍTICA

Partidos e governo candiotense oficializam aliança com o PDT

Os pedetistas estarão a frente da Secretaria de Cultura do município

Líderes dos partidos aliados juntamente com o prefeito Adriano (de cachecol)

Líderes dos partidos aliados juntamente com o prefeito Adriano (de cachecol) Foto: Divulgação TP

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) desde a última terça-feira (12) está oficialmente fazendo parte da base do governo de Candiota. Os partidos que já compunham a aliança, PT, PTB, PSB e PCdoB, fizeram uma espécie de acolhida em ato político realizado na sede do Sindicato dos Municipários (Simca), no bairro São Simão.

Nas últimas eleições, o PDT compôs uma chapa de oposição ao atual governo, tendo como candidata a vice-prefeita, a ex-vereadora Sandra Müller, na chapa encabeçada pelo ex-vereador Gildo Feijó (MDB). Entretanto, o partido esteve aliado do PT durante boa parte dos dois mandatos do prefeito Luiz Carlos Folador.

Após as eleições, os três partidos derrotados no pleito municipal, MDB, PDT e PSDB – este último disputou a eleição com o ex-prefeito de Pinheiro Machado, Carlos Ernesto Betiollo -, formaram a chamada Frente de Oposição, com atuação mais evidente na Câmara de Vereadores. Juntos, estes três partidos detinham a maioria do Parlamento, com cinco vereadores (dois do MDB, dois do PSDB e um do PDT). Assim, nestes primeiros momentos, o prefeito Adriano dos Santos (PT) teve que lidar com minoria no Legislativo.

Com a mudança, o PDT abandonou a Frente de Oposição e redefiniu a composição de forças na Câmara, passando o governo a partir de então ter maioria, com quatro vereadores do PT e um pedetista.

No ato de acolhimento estava o presidente do PDT, Sérgio Marques (que deve assumir a Secretaria de Cultura), o vereador Guilherme Barão e dirigentes do partido.

DIVERGÊNCIAS – O TP conversou tanto com o presidente do PDT, bem como, com o vereador Guilherme. Ambos assinalaram que as divergências com a chamada Frente de Oposição vinham se aprofundando. Guilherme citou que o debate estava indo para uma linha, conforme ele, de poder pelo poder e não avançou, na sua opinião, na construção de um projeto alternativo para Candiota.

Ainda, Guilherme lembrou a votação dos projetos que garantiram o parcelamento e reparcelamento do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do funcionalismo, quando o PDT votou favoravelmente na Câmara de Vereadores. “Se não tivéssemos aprovado isso, talvez hoje o município estaria em dificuldade para pagar os salários e com certeza não teria dado o maior aumento do RS aos servidores”, analisa.

O vereador também fez questão de frisar que a decisão da entrada do partido no governo foi unânime. “O resultado de nossa decisão será a população que vai avaliar”, disse.

Fazendo uma análise de conjuntura, Sérgio Marques disse que o MDB e seus aliados, tanto no Estado como União, fazem uma política de retirada de direitos dos trabalhadores e também de entrega do patrimônio público. “Em Candiota, CRM e CGTEE são fundamentais como empresas públicas, mas Sartori e Temer querem vendê-las”, considera.

O dirigente ainda pontuou que a posição do PDT sempre foi pelo melhor para Candiota e na sua avaliação, a Frente de Oposição não vinha entregando isso. Ele elogiou a implantação da participação popular pelo atual governo, com a Gestão Participativa. “Assim se coloca as pessoas como protagonistas e não à margem do processo político. Num tempo de escassez de recursos, o povo decide sua prioridade”, avalia.

Quanto a crítica de que o PDT está sempre fazendo parte dos governos, Sérgio responde que o partido está continuadamente disposto a trabalhar pelo município. “Não gostamos de ficar de braços cruzados e apenas criticando. Nós trabalhamos”, disse.

MUITA CONVERSA – Segundo declarou ao TP o prefeito Adriano, a tentativa de trazer o PDT já havia iniciado antes mesmo das eleições de 2016, sendo que, conforme ele, as conversas de lá para cá nunca cessaram.

O prefeito salientou que todo o debate foi feito com muita transparência e participação efetiva dos partidos que compõem o governo. Ainda, Adriano avalia como muito positiva esta vinda do PDT, levando em conta o cenário nacional, quando Candiota, segundo ele, consegue unificar as esquerdas em torno de um projeto de governo. “O PDT vem agregar e nos dar ainda mais possibilidades de ampliarmos as conquistas para a nossa comunidade”, destaca.

PT – Em texto publicado em sua rede social, o presidente do PT, João Couto, fez uma análise ideológica da vinda do PDT para o governo. Segundo ele, em 31 de agosto de 2016 foi dado um golpe de estado midiático, judicial e parlamentar, quando foi deposta a presidente Dilma Rousseff. Para Couto, o Movimento Brasil Livre (MBL), treinado e financiado pelos Estados Unidos, juntamente com MDB, PSDB, PPS, DEM, PP, SD, PSC e outros partidos, tiraram do governo uma mulher honesta, sem crime algum e, no seu lugar, colocaram um arquicorrupto e adotaram a proposta derrotada nas eleições de 2014. “O resultado aí está: a gasolina a R$ 5, o dólar a quase R$ 4, 15 milhões de desempregados, nossas mais valiosas riquezas estão sendo entregues a troco de bananas. A pobreza aumenta aceleradamente e a violência se amplia. As prefeituras perdem vultosas somas de suas arrecadações, os estados e a União também e o Estado Brasileiro está se tornando impotente ante suas obrigações de combater as desigualdades. O PDT compreendeu esta tragédia e não poderia continuar na companhia dos responsáveis por afundar o Brasil nesse abismo. Além disso, como partido de esquerda, trabalhista e socialista, sempre soube que seu lugar era com os demais partidos que lutam por uma sociedade mais igual. Assim se deu seu retorno ao leito natural em que foi recebido com alegria e carinho para a continuidade de uma construção generosa de uma sociedade justa”, assinalou.

Militância e dirigentes dos partidos aliados acolheram o PDT em ato na sede do Simca

Militância e dirigentes dos partidos aliados acolheram o PDT em ato na sede do Simca

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