Osmar foi considerado o melhor passista do canaval bageense Foto: Acervo pessoal/Especial TP
Nesta edição, a equipe do TP conversou com Osmar Porto da Conceição, 57 anos, que foi passista premiado e guarda todas as fantasias que estava usando quando conquistou nota 10 nos carnavais da vida. Osmar é bageense, mas há muito tempo é agricultor assentado da reforma agrária em Candiota, residindo no assentamento Companheiros de João Antônio.
Osmar tinha apenas 11 anos de idade quando foi convidado para desfilar na escola União Jovem de Itaciba, no bairro onde morava na época, em Vitória, no Espírito Santo. “Eu disse que não sabia sambar, mas eles disseram que tinham professores para ensinar e eu fui e tinha só uma semana de ensaio. Quando eu cheguei na quadra me apavorei de ver como aquele pessoal sambava e achei que seria difícil eu aprender”, relembrou.
Em 2008, ele conquistou um estandarte de ouro como passista da escola Estrela Dalva, de Bagé. Além disso, o folião destacou que, durante seis anos consecutivos, foi passista nota 10 do bloco carnavalesco Stangucha, na Rainha da Fronteira.
Entre inúmeras histórias, Osmar relembrou do seu primeiro desfile em Melo, no Uruguai, a convite do radialista bageense, Edgar Muza, que também é apaixonado pela folia do carnaval. “Eu era acostumado a desfilar só três quadras aqui em Bagé. Quando começamos a desfilar não chegava nunca o fim do desfile, pois lá são 10 quadras. Nas outras vezes que fui, já levava uma pomada para fazer massagem antes. Essa história jamais me esquecerei”, contou emocionado.
O histórico radialista e carnavalesco bageense Edgar Muza elogia o trabalho de Osmar Foto: Divulgação TP
O TP entrou em contato com Muza, que afirmou não ter visto outro passista como Osmar. “Ele foi um cara extra no carnaval de Bagé. Aliás, essa profissão de passista está diminuindo violentamente”, destacou. “Nós assistimos aí os bailarinos, mas passista mesmo é o que o Osmar representava”, afirmou o radialista.
Ao ser relembrado sobre a viagem até Melo, Muza enfatizou que Osmar levantou a galera uruguaia. “Queriam desfilar com ele, e ele chamava o pessoal, mas eles não eram do samba. Mesmo assim ficava espetacular, porque ele abria espaço para as meninas e chamava todo mundo pro asfalto para mostrar como é que se faz samba”, relembrou.
Muza disse que falar de Osmar é a coisa mais fácil do mundo. “Tomara que um dia apareça um igual a ele, a gente torce pra isso. Sempre dizia para ele treinar um substituto, mas não sei se ele teve tempo. Mas pode ser que ele tenha tempo de preparar, para nós termos mais um time de passistas para abrilhantar o carnaval da região”, finalizou.
A presidente do Stangucha, Estela Mara Machado, também falou sobre a passagem de Osmar pelo bloco, que é a união da Vila Gaúcha com o bairro Stand, de Bagé. “Ele é uma pessoa maravilhosa, e sempre representava o Stangucha como passista e sempre foi avaliado com nota máxima. Nós só temos a agradecer”, disse, ao relembrar os prêmios que o passista recebeu durante sua participação no carnaval.
Ao ser questionado se iria participar de algum bloco neste ano, Osmar afirmou que está se programando para sair pelo Bloco do Boquinha, em Candiota.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
