SAÚDE

Pinheiro Machado e Pedras Altas estão sem referência de obstetrícia

Gestantes de Pinheiro Machado estão sendo atendidas, em caráter emergencial, no Hospital da Colônia Nova, em Aceguá

Maternidade de Piratini suspendeu os serviços para outros municípios

Maternidade de Piratini suspendeu os serviços para outros municípios Foto: Divulgação TP

A situação é preocupante para o município de Pinheiro Machado. A Secretaria Municipal de Saúde aguarda um retorno do Estado sobre a suspensão dos serviços de Maternidade de Referência Regional do Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição de Piratini, anunciado na última semana. A instituição deixa pacientes de Cerrito, Pedro Osório, Pinheiro Machado e Pedras Altas sem os atendimentos obstétricos.

O secretário de Saúde de Pinheiro Machado, Antônio Emílio Sória, lamenta a decisão e afirma que a situação está difícil. “Não temos soluções ainda. Estamos aguardando uma resposta da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) de Pelotas informando qual município se tornará referência”, diz.

Segundo Sória, por ano são em torno de 270 partos realizados entre as quatro cidades atendidas. Enquanto o problema não é resolvido, a Secretaria de Saúde de Pinheiro Machado está encaminhando as gestantes em caráter emergencial para o Hospital da Colônia Nova, em Aceguá. “Um ofício em conjunto com outros municípios será encaminhado para a Coordenadoria e a Secretaria de Saúde do Estado”, acrescenta o secretário.

As gestantes pinheirenses somente são atendidas em Pelotas ou Rio Grande quando se tratam de partos de alto risco.

Diretor do Hospital de Piratini, Laerto Faria

Diretor do Hospital de Piratini, Laerto Faria Foto: Divulgação TP

OS SERVIÇOS – Em entrevista, o diretor do Hospital de Piratini, Laerto Faria, explicou que a suspensão dos atendimentos foi feita pela Coordenadoria Regional de Saúde, pois o município oferecia os serviços com o quadro de médicos disponíveis da cidade e o Estado exige que a instituição tenha três pediatras, três anestesistas e quatro obstétricos para se tornar referência regional. “Uma denúncia de um médico foi feita ao Ministério Público. A equipe técnica da Coordenadoria veio e informou que não poderíamos fazer desta forma”, relatou. Com isso, o convênio foi rescindido e o hospital não receberá mais incentivos de obstetrícia para atender de forma regional. A maternidade continua prestando atendimentos ao piratinienses.

O diretor ainda revela que somente este ano o Estado apenas pagou os meses de janeiro e fevereiro dos serviços e a dívida já chega a R$ 240 mil. “Mesmo com os atrasos tínhamos o compromisso de atender as cidades. O pior é conseguir manter com as exigências deles”.

SOLUÇÃO – Nesta quarta-feira, 24, em Piratini, será realizada uma reunião com os municípios que eram atendidos, a fim de estudar uma solução para o caso. Faria adianta que tentará fazer uma negociação com as cidades para a contratação de um pediatra, que tem um custo mensal de aproximadamente R$ 40 mil. “Estamos chateados, pois temos uma equipe que trabalha. A mortalidade infantil é zero”, desabafa.

A Maternidade recebeu melhorias e altos investimentos. No início de 2015 foram inaugurados novos equipamentos para atender os pacientes da região. Em casos de super lotação, os municípios de Cristal, Arroio Grande, Pelotas, entre outros, também eram atendidos em Piratini.

ESTADO – A reportagem do TP entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde, mas até o momento não obteve resposta.

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