ALERTA PARA O CLIMA

Pinheiro Machado integra lista de municípios com maior risco de ação do ciclone Yakecan

Rajadas podem passar de 100 km/h em vários pontos do litoral gaúcho e da Lagoa dos Patos e seu entorno entre esta terça e quarta-feira

Ciclone Yakecan vai avançar rente à costa do Rio Grande do Sul de Sul a Norte até alcançar o litoral de Santa Catarina e pode tocar terra em algum pontos na região de Mostardas entre Rio Grande e Cidreira Foto: MetSul Meteorologia/Especial TP

Um material divulgado pela MetSul Meterorologia informa que o ciclone Yakecan alcança nesta terça-feira (17) a costa do Rio Grande do Sul e vai trazer vento muito forte a intenso em pontos do Leste gaúcho com rajadas perto e acima de 100 km/h em grande parte da costa e da área da Lagoa dos Patos e entorno, mas que em algumas localidades podem exceder 120 km/h (força de furacão). A tempestade marítima ainda deve trazer chuva que no Leste gaúcho por vezes será forte e até torrencial em diversas cidades durante a passagem do ciclone.

O ciclone é classificado como subtropical (centro quente em superfície e frio em altitude) pela Marinha do Brasil. Uma vez que se trata de um ciclone anômalo (subtropical ou tropical), e não o convencional e frequente extratropical, que não é nomeado, o sistema recebe o nome de Yakecan, o “som do céu” na língua tupi-guarani. A MetSul entende que o sistema na costa será inicialmente subtropical e ganhará características tropicais. A atuação deste ciclone ocorre sob a influência de uma massa de ar frio e a ocorrência de vento forte e chuva, e a baixa temperatura vão trazer sensação térmica muito baixa e desconfortável para quem estiver na rua. Valores de sensação térmica negativa devem ser esperados na Serra e Aparados da Serra, além do Planalto Sul Catarinense.

O QUE TEM DE DIFERENTE – Este ciclone é diferente por três motivos: trajetória, intensidade e a sua natureza. Primeiro, ciclones na região se deslocam de oeste para leste, mas este fará o caminho contrário de leste para oeste, ou seja, do oceano para o continente. Mais, este ciclone vai margear o litoral gaúcho de Sul a Norte, eventualmente tocando terra entre Rio Grande e Mostardas.

Segundo, é muito intenso. Quanto menor a pressão no centro da tempestade, mais forte será. A pressão no centro de Yakecan na costa gaúcha estará ao redor de 985 hPa a 990 hPa, o que quase nunca se observa nas latitudes do território gaúcho junto ao litoral.

Terceiro, a natureza deste sistema foge ao habitual por ser subtropical ou tropical. Somente três ciclones subtropicais ou tropicais avançaram tão rente à costa como este neste século: furacão Catarina (2004), tempestade tropical Anita (2010) e tempestade tropical Raoni (2021).

O VENTO – Grande parte do interior gaúcho terá vento de 50 km/h a 60 km/h, mas o Sul e o Leste do Rio Grande do Sul devem ter vento muito forte a intenso com rajadas perto ou acima de 100 km/h em toda a faixa costeira do Sul ao Norte assim como na região da Lagoa dos Patos. O vento, em média, no sul e no leste gaúcho deve atingir 80 km/h a 100 km/h, mas vários pontos devem ter rajadas de 100 km/h a 120 km/h com risco de marcas isoladas na Lagoa dos Patos e na costa de até 130 km/h ou 140 km/h. A região de Mostardas a Palmares do Sul e Cidreira deve ser a com vento mais intenso, com força de furacão em alguns momentos. Esta região entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico que vai de Rio Grande à área de Palmares do Sul, Quintão, Pinhal e Cidreira deve ser a mais castigada por vento com rajadas com força de furacão (acima de 120 km/h em alguns momentos).

CIDADES DE MAIOR RISCO – Os municípios de maior risco no Rio Grande do Sul por vento muito forte a intenso e localmente extremo são Chuí, Santa Vitória do Palmar, Pelotas, Rio Grande, Capão do Leão, São José do Norte, Piratini, Pedro Osório, Pinheiro Machado, Morro Redondo, Turuçu, São Lourenço do Sul, Cristal, Camaquã, Mostardas, São José do Norte, Tapes, Camaquã, Sertão Santana, Cerro Grande do Sul, Sentinela do Sul, Mariana Pimentel, Guaíba, Barra do Ribeiro, Eldorado do Sul, Viamão, Porto Alegre, Canoas, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada, Glorinha, Osório, Tavares, Santo Antônio da Patrulha, Palmares do Sul, Balneário Pinhal, Cidreira, Tramandaí, Xangri-lá, Imbé, Capão da Canoa, Arroio do Sal, Maquiné, Terra de Areia, Três Cachoeiras, e Torres.

IMPACTO – Há alta probabilidade de danos na passagem deste ciclone. Adverte-se para a possibilidade elevada de destelhamentos, quedas de árvores, quedas de postes, colapso de estruturas como placas, etc. Prédios mais altos nas cidades de médio e grande porte por onde passará o ciclone devem ter vento mais intenso nos andares elevados que no nível térreo e há risco de quebras de vidros e quedas de estruturas. Espera-se um impacto muito alto no serviço de energia com a maioria dos pontos sem luz na área de concessão da CEEE Equatorial. Na área de concessão da RGE, embora se preveja vento forte em áreas do Centro para o Leste gaúcho, as consequências devem ser menos graves que na região de atuação da CEEE. Com falta de luz, há risco de falta de água, uma vez que as estações de DMAE, CORSAN e outros serviços de saneamento são dependentes de energia.
Adverte-se ainda para a ocorrência de ressaca de grandes proporções na costa do Rio Grande do Sul. A Marinha do Brasil está projetando ondas de 4 a 6 metros junto ao litoral gaúcho com aviso de mar muito grosso.

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