Pista de skate da praça de Seival, antes da pintura Foto: Divulgação TP
A pista de skate da praça de Seival ganhou vida nesta semana. A estrutura esportiva recebeu pintura de espécies de felinos, feitas por um pintor profissional, o Anderson Luís Barbosa Machado, conhecido como Bug, com a participação de alunos da escola estadual Seival.
A ação ocorreu por meio do projeto Felinos do Pampa, que tem a frente os biólogos Marina Ochoa Favarini e Felipe Bortolotto Peters. Em entrevista ao jornal Tribuna do Pampa, a bióloga Marina Favarini, que junto a Felipe está fazendo doutorado, 2016 em Candiota. “Sempre trabalhamos muito com pesquisa e iniciamos um trabalho de conservação. As ações visam integrar a comunidade e a pintura permite dar uma visibilidade para os felinos que são da região, pois percebemos que as pessoas não conhecem os gatos, assim como ao nosso projeto. Candiota é uma região muito rica em diversidade”, relatou.
Pista depois da pintura concluída Foto: Divulgação TP
Marina disse também, que a atividade permitiu que a comunidade entendesse o porque da pintura. Ela também relatou a realização de palestras com alunos e comunidade. “Com a atividade conseguimos envolver a comunidade para que entendessem porque estávamos pintando. Em razão disso, ao longo da semana realizamos palestras na escola do Seival, para moradores da região – organizada em com junto com a Associação de Moradores de Seival (Amors), que atuou no chamamento da comunidade. Fizemos uma parceria com a escola para os alunos participassem da pintura e contamos com o apoio da Secretaria de Cultura, pois como queríamos valorizar a mão-de-obra local, contatamos eles para que nos indicassem algum pintor, também por a área ser pública”.
Alunos da escola Seival pintando a pista junto a Bug. Secretário Diego Lima também prestigiou a atividade Foto: Divulgação TP
FELINOS DO PAMPA – O projeto Felinos do Pampa foi criado oficialmente em 2021 em decorrência das futuras demandas de doutorado de Felipe e Marina, bem como para agregar ações de pesquisa e conservação feitas com os felinos do Pampa ao longo dos últimos 15 anos. Segundo Marina, o trabalho em Candiota teve início com consultoria ambiental por meio de uma demanda da Usina Termelétrica Pampa Sul. “Então nós reunimos todas as ações que nós realizamos em diversas áreas do Pampa e criamos o projeto para realizar principalmente as ações de conservação”, disse a bióloga.
Felipe acrescentou que não atuam sozinhos no projeto. “Todas nossas ações são feitas em parceria conjuntamente com uma série de colaboradores, que envolvem biólogos, fotógrafos, veterinários e ecólogos. Também destacamos o Instituto Pró-Carnívoros que é referência nacional na pesquisa e conservação associada a mamíferos carnívoros, o projeto Gato do Mato Brasil que reúne pesquisadores nacionais em torno do tema de pequenos felinos silvestres. Então, entre os colegas parceiros se destacam a bióloga Flávia Tirelli, o biólogo Tadeu Gomes de Oliveira, o ecólogo Fábio Dias Mazinho, a veterinária Ana Paula Albano e o veterinário Hugo Sousa”.
O biólogo acrescentou que a ideia é “promover a diversidade de felinos aqui do campo. Através do levantamento de dados realizado pelas nossas pesquisas, a gente pode trazer informações para as comunidades, revertendo em ações de conservação para essa fauna. Então, a gente preza por uma coexistência entre felinos silvestres e populações humanas, em áreas naturais remanescentes naturais do Pampa”, finalizou.
Conforme os biólogos, quatro espécies de felinos foram identificadas: gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi), gato-maracajá (Leopardus wiedii), gato-palheiro (L. munoai) e gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi).
Felipe e Marina junto ao pintor Bug após o trabalho concluído Foto: Divulgação TP
* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso
