Pra onde ir?

Onde estará o porto seguro onde vamos atracar nosso barco após estes dias de incertezas? Esta, provavelmente, é a pergunta que mais espera uma resposta em nossos dias.

Dias de isolamento. Dias de pensar. Dias de passar, como sempre tenho falado, em muitos anos, sempre que alguma crise se aproxima de mim. Não foram poucas, nem pequenas.

Crises passam. Neste momento, o mais importante para a economia é manter a capacidade de compra das pessoas. Não demitir, não diminuir salários. Estes são dois pilares. Quanto mais o poder de compra do conjunto da sociedade estiver abaixo do que era no início deste ano, mais difícil será sair da crise econômica.

Abril se apresentava difícil antes da crise. Neste mês, quem ganha salário um pouco maior que o salário mínimo recebeu menos em razão da reforma da previdência. Tudo pode ficar pior. Ficou.

O governo federal anuncia medidas de socorro na área da economia e da assistência social. Porém, nem o distanciamento social é unanimidade no governo federal. Em tempos de paz, o encaminhamento da economia estava precário, agora parece sem rumo. O governo anuncia programas para garantir o emprego e, ao mesmo tempo, institui regras para a redução de jornada e salário, demissões, suspensão de contratos de trabalho.

O governo federal não precisa dar favores aos pequenos, médios e grandes empresários, mas criar linhas de crédito com alguns meses de carência, prazo razoável para pagar, e juros que o BNDES pratica, desta vez para financiar a manutenção dos empreendimentos.

A Caixa Econômica Federal está prorrogando, por até três meses, o financiamento habitacional. Imagine alguém com 180 prestações para pagar. Vai pedalar 3. E vai pagar juros 183 meses. Grande negócio, para a Caixa.

Com milhões precisando de dinheiro, a agiotagem oficial dos bancos é um grande negócio. Para os bancos. Linhas de crédito de fácil acesso e juros baixos poderão facilitar a vida de todos, agora e quando voltarmos à normalidade. Vai demorar um pouco, mas voltaremos.

Por enquanto, vamos continuar cuidando de seguir as melhores técnicas para evitarmos a expansão da crise de saúde. Vamos torcer para que chegue logo aos que mais precisam o crédito ou a ajuda financeira emergencial e que não faltem leitos nem equipamentos para tratarmos quem adoecer e precisar destes.

Comentários do Facebook