Reunidos durante a manhã desta quinta-feira (3), através de plataforma digital, os 23 prefeitos da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) manifestaram unanimidade na posição de não retorno de atividades presenciais em escolas públicas municipais até o final do ano de 2020.
Os chefes do Executivo da região alegam que o expressivo volume de gastos necessários para a adaptação aos protocolos inviabiliza qualquer tentativa de recomeçar neste momento, mas que o fator principal para a posição é o elevado número de contaminações na região, que segundo eles, travessa o pico da pandemia. “Nunca vimos tantos casos confirmados como nas últimas semanas. Há um número exponencial em todas as localidades”, sustentou o presidente da Azonasul, Luís Henrique Pereira da Silva, prefeito de Arroio Grande.
DISCUSSÃO – O retorno de aulas presenciais da rede pública estadual e em escolas particulares poderá exigir da região a criação de critérios específicos. O encaminhamento dos prefeitos é de que o assunto seja debatido com mais profundidade junto ao governo estadual. Nesta próxima segunda-feira (7), a Azonasul terá nova reunião para continuar debatendo a pauta.
CANDIOTA – No município, de acordo com o secretário de Educação, Valmir Cougo, não há previsão de retorno das aulas presenciais em Candiota. “Nas condições atuais e sem uma vacina não há previsão. Já organizamos o Plano de ação de atividades pedagógicas não presenciais da rede municipal de ensino, que está pronto e enviado ao Conselho Municipal de Educação, que é quem vai validar nossas atividades. Já fizemos uma reunião com os diretores, ampliamos os plantões e entrega de materiais, sejam impressos ou digitais”, relatou o secretário, destacando a intenção de conclusão do ano letivo ainda em 2020.
PEDRAS ALTAS – O município continua com seu protocolo de distribuição de apostilas para todos os alunos da rede municipal, sendo totalmente contra a volta as aulas presenciais. A afirmação foi feita pela secretária de Educação, Cilene Tardiz, que frisou ser necessário pensar na saúde e na segurança das crianças, assim como de uma educação pública de qualidade. “No atual momento em que vivemos temos a certeza que não é a hora certa de retorno presencial, levando em conta vários fatores como espaço físico, transporte escolar, higienização e demais protocolos exigidos pelos profissionais a saúde. A Smecd está em constante conversa com os demais municípios que fazem parte da Zona Sul para a troca de experiências com relação ao andamento do ano letivo de 2020 e também mantendo contato com a Promotoria de Justiça para que estejamos sempre amparados quanto as decisões tomadas”, explica.
Solicitada a se posicionar quanto à validade do ano letivo de 2020, Cilene afirma que um novo calendário elaborado pela Pasta junto ao Conselho Municipal de Educação vai permitir a validação. “O calendário será reorganizado com aulas remotas e presenciais, visando a recuperação das 800h e das atividades remotas elaboradas através de apostilas, pensando na aprendizagem de nossos educandos. Enquanto secretária, me preocupo muito com a qualidade de ensino que será ofertada as nossas crianças. Precisamos ter muita cautela nesse momento de crise que estamos vivendo, para que futuramente possamos dar o suporte necessário, não só aos nossos profissionais, mas também para nossas crianças e adolescentes que hoje se encontram desmotivadas por vários aspectos”, manifesta.
PINHEIRO MACHADO – Na Terra da Ovelha, o posicionamento do Executivo pinheirense se mantém igual desde o último material produzido pelo TP, onde o secretário da Educação e vice-prefeito Jackson Cabral já havia se posicionado de forma contrária ao retorno das aulas presenciais. No início da tarde de terça-feira (1º), Cabral novamente falou sobre o tema a pedido da reportagem. “Não é possível retornar com as aulas presenciais nas condições atuais”, disse o gestor.
À noite, durante sessão ordinária, os vereadores Fabrício Costa (PSB) e Ronaldo Madruga (Progressistas) cobraram um posicionamento oficial por parte do município. “O governo do Estado vem se posicionando, a Azonasul também disse que ampla maioria dos prefeitos é contra a volta preferencial, mas não diz que isso é unânime. É importante que o Poder Executivo e a Secretaria da Educação passem a sua visão para darmos um desfecho para este assunto que tem atormentado a todos”, registrou Fabrício. Ainda conforme lembrou Ronaldo, o município dele levar em consideração o momento de incerteza que se vive, que as crianças são mais vulneráveis e não têm noção do perigo de estarmos diante de uma pandemia como a do novo coronavírus.