O presidente do Legislativo bageense, Augusto Lara (PTB) levou para a tribuna nesta segunda-feira (28) a sua indignação, segundo ele, pela falta de atendimento humanizado no bloco obstétrico da Santa Casa. O vereador subiu bastante o tom e cobrou respostas e providências. “Gestantes mais humildes vão com dores de parto ao hospital na esperança de saírem com seus filhos nos braços. E ficam sofrendo até darem sorte de encontrar um profissional que se disponha a fazer o parto”, cobrou.
O vereafor pediu uma atenção especial do provedor da Santa Casa para solucionar este problema, além de convidá-lo para participar de uma conversa junto à Comissão de Saúde da Câmara. “Não queremos mais ter notícias de óbitos de bebês ou mães por falta de atendimento”, alertou.
Ainda, Augusto Lara afirmou que tem alguns médicos que não gostam de gente. “Estes erraram de profissão. Tinham que ser veterinários e cuidarem de bichos”, assinalou na tribuna.
NOTA – A direção da Santa Casa publicou nesta quarta-feira (30), uma extensa Nota de Esclarecimento, que reproduzimos na íntegra:
Sempre que requisitado, acolhemos as solicitações de esclarecimento ao Poder Público, como em julho de 2021, a pedido da Câmara de Vereadores de Bagé, sendo realizada uma profícua reunião na Santa Casa a fim de esclarecer os processos internos vinculados ao Bloco Obstétrico (BO). Como resultado, detectamos a necessidade de uma melhora no processo técnico referente ao encaminhamento das parturientes ao BO, assim como a criação de um quarto de acolhimento para as mesmas, que por ventura apresentassem dificuldade quanto ao deslocamento e necessitassem de observação, segundo critérios médicos. Colocamo-nos à disposição da Secretária de Saúde do Município de Bagé a fim de aprimorar os fluxos de referência e contra referência entre a Rede Básica e o Bloco Obstétrico. No entanto, estamos ainda aguardando o agendamento. Internamente, otimizamos os processos buscando a melhoria da comunicação entre o BO e as pacientes e seus respectivos familiares. Lamentavelmente, tivemos que adotar medidas pouco simpáticas em relação à presença de familiar durante o parto, seguindo as orientações de segurança relacionadas ao COVID-19, e repetidas por demais instituições hospitalares.
Em relação a eleição do parto normal ou cesárea, os obstetras de plantão acompanham os protocolos do Ministério da Saúde, seguindo a autonomia do médico, da paciente e, principalmente, visando sempre a segurança do binômio mãe-bebê.
Reitero que obstetras da Rede Pública do Município serão bem-vindos, algo já comentado desde o início da Pandemia, e que poderiam juntar-se aos médicos do BO que hoje lá estão.
Continuamos abertos ao diálogo que venha a contribuir para a busca do aperfeiçoamento dos atendimentos, não somente direcionados ao BO, como também ao restante do Hospital.
A Direção.