* Cássio G. Lopes
Escritor e Historiador
Lá vai aquela guriazinha, estrada a fora, montada no seu petiço. Dentro de um saco de arroz, leva seus materiais escolares: caderno, lápis e borracha. Seu destino: a escola.
Sai da casa antes de clarear o dia. Vai atalhando campos, cruzando matos e picadas; atravessando sangas e arroios; percorrendo corredores e estradas, até chegar ao coleginho. Ali se assenta sempre nas primeiras classes e ouve atenta a cada lição da professora, a qual respeita e admira muito.
Terminada a aula, retorna contente pras casa, a trotezido no mas, ora assobiando, ora cantarolando uma canção pela estrada.
E assim a guriazinha completou com muito esforço e dedicação o primário. Depois foi morar na cidade, onde concluiu o cientifico e forma-se no magistério.
Com o diploma na mão, agora és aprovada em concurso público para exercer a função de professora de séries iniciais, justamente naquela escolinha em que estudou quando criança. “O bom filho à casa retorna”, já dizia o velho ditado.
E lá vai a professorinha, agora de Kombi escolar, até o coleginho de campanha. Além do conhecimento, traz consigo também ideias e projetos para implantar com seus novos alunos, os quais trata com muito amor e carinho, como se eles fossem seus próprios filhos.
Oh! Professorinha, o que seria das nossas crianças do interior, se não fosses tu?
Teu empenho e dedicação em ensinar são imensuráveis e inestimáveis.
Eis que os teus olhos brilham quando olhas para os teus alunos, como eles fossem estrelas a refletir sua luz em tuas retinas. Estrelas que um dia, quem sabe, poderão brilhar assim como tu.
És, com certeza, um agente de transformação, pois transmites o conhecimento, que é o único bem capaz de modificar uma sociedade.
Avente, professorinha, prossegue desenvolvendo o teu magnífico trabalho, tão importante e necessário em nossos dias, que é formar novos cidadãos.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*