Para saber mais sobre a depressão e suas características, a equipe do Tribuna do Pampa conversou com a psicóloga que atua no município de Candiota, Luana Ferreira. Ao contrário de paradigmas anteriores, inclusive relacionado a abordagem do tema no jornalismo, atualmente o suicídio é uma pauta com necessidade de discussão, de forma a se buscar auxílios e proteção para quem passa por um momento difícil e pensa em atentar contra a própria vida.
Luana explicou melhor sobre a depressão e falou sobre as maneiras possíveis para ajudar uma pessoa que está passando por este problema, considerado comum nos dias atuais e que podem levar ao suicídio. Ela disse que pessoas em episódio depressivo costumam buscar pelo isolamento social. “Evitam atividades que antes eram prazerosas para elas, se sentem desvalorizados, sem ânimo para desempenhar suas atividades cotidianas, e até mesmo a higiene pessoal fica prejudicada”, explicou, destacando que também possuem falta de concentração e dificuldade para tomar decisões, além de haver alteração no sono e apetite que é bem comum.
SUICÍDIO – Há um amplo espectro de fatores biopsicossociais de risco que podem levar a pessoa a cometer tentativas de suicídio, e até mesmo chegar a morte. A psicóloga citou sete principais tópicos que são os mais evidentes entre as pessoas depressivas, sendo tentativas prévias de suicídio, transtornos psiquiátricos, maus tratos na infância e adolescência, doenças clinicas crônicas, perdas recentes de familiar, amigos ou de pessoas próximas, uso abusivo de substâncias químicas entre outras.
Questionada sobre a frequência dos casos em Candiota, a profissional informou que há um número significativo de pessoas que passam por sofrimento psíquico com ideação suicida, ou até mesmo com tentativas prévias. “Como psicóloga do Núcleo de Atenção à Saúde Básica (NAAB), percorro as Unidades de Saúde Básica (UBS), das Vilas Residencial, João Emílio, Operária e Seival, além do assentamento 20 de Agosto e a Sede do Município. Meus atendimentos frente a este programa começaram em setembro de 2019, com alguns intervalos contratuais, mas desde este período, a demanda que sempre me chamou atenção é a alta quantidade de jovens e adolescentes com idade entre 12 e 20 anos, que chegam à UBS com histórico de automutilação e com pensamentos suicidas”, destacou.
Além disso, a psicóloga ressaltou que por Candiota ser um município de pequeno porte, onde muitos se conhecem e possuem boa relação social, a rede de apoio na área da saúde mental é um terreno sólido e empático, onde familiares e profissionais andam lado a lado, trabalhando em conjunto para a prevenção e cuidado da pessoa que está em sofrimento”, frisou.
APOIO FAMILIAR – Luana citou que o apoio da família e amigos nestes momentos de dor e angustia são de extrema valia. “É de suma importância que o indivíduo se sinta acolhido, valorizado e saiba que sua existência faz a diferença no cotidiano daqueles que o cercam”, disse. Ademais, Luana falou que o papel do psicólogo é de prestar uma escuta empática, fazer um acolhimento satisfatório e auxiliar a pessoa e a família a passar por este período delicado. “Ofertar condições e meios para enfrentar essa batalha pela vida e o viver”, enfatizou.
Ao finalizar, Luana deixou uma mensagem. “Fiquem alertas as pessoas que lhe cercam, ao mínimo indício de sentimentos de desvalia, isolamento social, falas sobre o desejo de sumir ou morrer, uso abusivo de álcool e outras drogas, além de mudanças bruscas de hábitos que antes eram rotineiros. Procurem apoiar e fazer uma escuta sincera sobre as queixas do outro, e sempre busquem atendimento especializado. O Centro de Valorização à Vida pode ser acionado pelo contato 188, via telefone ou também na UBS e Secretaria de Saúde”, finalizou.
ATENDIMENTO DO NAAB – Segunda-feira: Sede do Município; terça-feira: atendimentos são quinzenais entre o assentamento 20 de Agosto e Vila Residencial; quarta-feira: João Emílio; quinta-feira: Vila Operária; sexta- feira: Seival.
