Qual transição energética é a ideal para Candiota e região?

Como não poderia ser diferente e como era esperado, o plenário Gregório Ferreira, da Câmara de Candiota, ficou pequeno para a quantidade de pessoas que foram até lá na noite da última terça-feira (8), na primeira reunião pública para debater o Plano de Transição Energética Justa para as regiões carboníferas do RS. O encontro foi promovido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

O tema, e não é de hoje, que mobiliza especialmente a comunidade candiotense, mas também a região, pois dialoga diretamente com o presente e o futuro dessas comunidades, que têm no carvão mineral senão a mais importante, uma das principais atividades econômicas que remontam mais de 60 anos na forma industrial.

A possibilidade de uma paralisação nessas atividades, como está sendo o caso da Usina de Candiota, tem causado muita aflição e incertezas. Não à toa, mais uma vez, as pessoas foram em massa para uma reunião que poderia trazer algum alento e que aponte para soluções.

A reunião pública, como já referido, foi o primeiro passo exteriorizado para a elaboração do Plano de Transição, segundo relataram os representantes, tanto do governo do Estado como do Consórcio WayCarbon-Centro Brasil no Cima (CBC), que foi contratado por licitação pela Sema para justamente apresentar essa estratégia de futuro para a região.

“A pergunta é mais que pertinente na semana em que o governo do Estado fez o primeiro ato público em Candiota para a elaboração de um Plano de Transição Energética Justa nas regiões carboníferas do RS”

E claro que a pergunta do título deste editorial, mesmo que não tenha sido feita diretamente durante o encontro, ela vai permear todo o processo e é, com toda a certeza, a indagação que está na cabeça da comunidade: Qual será o plano?

Durante as mais de duas horas de exposições tanto do Consórcio, que relatou como serão as etapas e toda as suas estratégias para a elaboração (ver em matéria nesta edição), como das manifestações feitas pelos presentes, a pergunta esteve no ar e por óbvio que ainda não há uma resposta concreta e nem deve, por enquanto.

Será um plano que vai levar em consideração toda a vocação acumulada da região, fundamentalmente na mineração do carvão mineral? Trará alternativas à exploração carbonífera? Será sensível ao fato de estarmos numa região e uma cidade ainda frágeis do ponto de vista de desenvolvimento sócio-econômico? Será um plano exequível (e isso é chave) em manter o que já se tem e melhorar a vida em Candiota e região?

Essas e outras tantas perguntas precisam e devem ser respondidas ao longo do processo, especialmente se ao cabo haverá recursos, notadamente financeiros, necessários e suficientes e de onde eles virão, para colocar em prática o plano. Se haverá comprometimento e amarração em todas as esferas governamentais e a sociedade – sem jogo de empurra e definidos com clareza o papel de cada ente. Pois se assim não for, será como tantos, apenas letra fria e propaganda.

 

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