CORONAVÍRUS

Regiões de Bagé e Pelotas têm bandeira preta confirmada

Pela primeira vez, RS tem bandeira preta

Após oito meses de Distanciamento Controlado, pela primeira vez, duas regiões ficaram com o nível de restrição máximo previsto no sistema de enfrentamento à pandemia no Rio Grande do Sul. O governo do Estado divulgou nesta segunda-feira (14/12) que as regiões de Bagé e de Pelotas estão oficialmente em bandeira preta (risco epidemiológico altíssimo) a partir da 0h desta terça (15).

Isso porque o Gabinete de Crise indeferiu todos os pedidos de reconsideração feitos por associações regionais e municípios principalmente devido à constante redução de leitos de UTI livres. No caso de Pelotas, a solicitação havia sido enviada pela associação regional, enquanto em Bagé foi pelo município.

Assim, o mapa definitivo da 32ª semana do Distanciamento Controlado permanece com 18 regiões em bandeira vermelha (risco alto) e uma em laranja (médio), que é a região de Cruz Alta, conforme a classificação preliminar. A vigência das novas bandeiras segue até as 23h59 da próxima segunda-feira (21/12).

Embora seja o nível mais alto, a bandeira preta não é o mesmo que lockdown, implantado em outros países e em alguns Estados brasileiros. Representando o risco epidemiológico altíssimo, a cor preta significa que tanto a capacidade hospitalar como o contágio por coronavírus alcançaram níveis críticos nas regiões. Por isso, indica a necessidade de cuidados mais rígidos do que os já adotados na bandeira vermelha.

COGESTÃO REGIONAL – A partir da 0h desta terça-feira (15), volta a valer o sistema de cogestão regional, no qual as associações regionais podem adotar protocolos próprios. A suspensão estava prevista no Decreto 55.609 como alternativa para o aumento de internações por Covid-19 no RS.

Incluindo algumas mudanças nos protocolos das bandeiras, as novas regras serão divulgadas em decreto, a ser publicado nas próximas horas.
Até agora, 18 das 21 regiões Covid já adotaram protocolos próprios. Apenas as regiões de Bagé, Guaíba e Uruguaiana não aderiram à cogestão.

NÃO VAI FECHAR – O prefeito de Bagé, Dilvaldo Lara (PTB), antes mesmo da divulgação definitiva, realizou uma transmissão ao vivo afirmando que a cidade não irá fechar e que já estava com o mandado de segurança pronto para ingressar. “Não vamos fazer lockdown. Quem não gostar de nossa medida que fique em casa ou até mesmo mude de cidade. Não vamos prejudicar as pessoas que precisam trabalhar”, disse.

Divaldo ainda reafirmou que não concorda com a bandeira preta, porque, segundo ele, os indicadores foram puxados pela macrorregião, que envolve Pelotas.

REGRA 0-0 – Na 32ª rodada, 456 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 10,1 milhões de habitantes, o que corresponde a 89,3% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes).

Desses, 162 municípios (726,2 mil habitantes, 6,4% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.

O novo decreto também vai permitir que municípios em bandeira preta que se encaixam na Regra 0-0 adotem protocolos de bandeira vermelha. Antes, a prerrogativa só era permitida a municípios em bandeira vermelha para que adotassem regras da bandeira laranja.

Dos 28 municípios (1,05 milhão de habitantes, 9,3% da população) localizados em região de bandeira preta, oito (65,1 mil habitantes, 0,6% do RS) não registraram óbitos ou hospitalizações nos últimos 14 dias.

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