
Debate foi realizado no espaço da Play Studios Podcast Foto: Reprodução TP
A noite de terça-feira (1º), foi de debate com dois dos três candidatos que disputam o Executivo de Bagé, Roberta Mércio (PL) e Álvaro Meira (PDT). O candidato Luiz Fernando Mainardi (PT), não compareceu e também não informou a direção sobre o motivo de sua ausência. O encontro foi realizado no espaço da Play Studios Podcast, e promovido pelo Sindicato dos Municipários de Bagé (Simba) e pela Associação dos Servidores do DAEB (Asdaeb), sendo mediado pelo jornalista e editor do jornal Tribuna do Pampa, João André Lehr. A responsabilidade técnica ficou a cargo da Veríssimo Produções, em nome de Cláudio Veríssimo.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Com o reajuste realizado, o debate contou com apenas três blocos, sendo o primeiro das considerações iniciais e respondendo a pergunta – por que quer ser prefeito ou prefeita de Bagé? Como acordado entre Roberta e Álvaro, a primeira a responder a pergunta foi a candidata do PL. Confira as respostas.
Resposta Roberta: “Quero ser prefeita de Bagé, porque estudei e me preparei muito para esse momento. Conheço a complexa máquina da administração pública, todas as secretarias, me preparei muito e sei que sou a melhor proposta para Bagé. Sou o novo, sou a mudança, sou um nome limpo, sou alguém que quer trazer para Bagé uma política mais humana, menos hostil e mais moralizada. Quero que Bagé tenha a oportunidade de ser governada pela primeira vez por uma mulher, para mostrar que o protagonismo feminino pode fazer a diferença na gestão pública. Quero ser a prefeita que vai governar com um gabinete de portas abertas, recebendo todos os setores da sociedade e principalmente a população, para que ela nos aponte os caminhos que deveremos seguir para desenvolver cada vez mais a cidade que a gente tanto ama. Quero ser a prefeita de Bagé, para juntos construirmos uma história ainda mais bonita para a nossa Rainha da Fronteira”.
Resposta Álvaro: “Estranhei quando o candidato Mainardi lançou na sua plataforma, associações e entidades, mas não referiu uma linha sequer sobre sindicatos. E eu entendo que sindicatos, é aquela entidade que tem a capacidade de representar os seus trabalhadores. Então eu agradeço de estar aqui, e quero dizer para todos os servidores públicos, mas de forma especial à população de Bagé, que eu quero ser o prefeito dessa cidade, para que junto com os servidores, junto com os prestadores de serviço do município, fazer uma Bagé melhor, que possa crescer. Porque essa Bagé, ela simplesmente nos abandonou no curso do tempo e nos abandonou lamentavelmente pela sucessão dos últimos 24 anos que se sucedem e merecem ser substituídos, para que Bagé possa ter uma opção de uma nova gestão pública. E essa gestão pública é o Álvaro Meira, e pretendo, sem menosprezo a qualquer outro candidato, fazer o meu trabalho”.
SEGUNDO BLOCO
Partindo para o bloco 2, os candidatos se prepararam para responder as perguntas elaboradas pelo Simba e outra pela Asdaeb, sendo que ambos tiveram dois minutos para cada resposta.
“O atual prefeito Divaldo Lara, tem tentado desconstituir a representação sindical, inclusive com projeto no Legislativo que retira as liberações dos dirigentes sindicais, perseguindo tanto o Sindicato, como os servidores públicos, ao invés de discutir segurança no trabalho, sucateamento do DAEB, plano de carreira, aumento salarial, construção de uma nova matriz salarial, o Funpas como autarquia pública, vale-alimentação unificado para todos os servidores da administração direta, além do pagamento do piso do magistério e saúde. Como será sua relação com o SIMBA e seus representados (servidores) para solucionar o acima citado?”
Resposta Álvaro: “Totalmente diferente da conduta do prefeito Divaldo. Se não vai falar com o sindicato, vai resolver com quem? Eu entendo que a entidade legítima envolvida com o interesse do trabalhador, é a entidade profissional. E nós vamos sentar todas as vezes que forem necessárias. Nós não sabemos o quanto nós vamos conseguir resolver pela questão do orçamento municipal, mas nós não estamos tão preocupados com essa questão, porque o prefeito Divaldo junto com o processo Legislativo onde ele teve maioria, conseguiu aprovar uma legislação que extinguiu os CCs a partir de 2025. Então, nós vamos usar esse recurso e dialogar com os trabalhadores e entidades sindicais. Os trabalhadores não podem conversar diretamente com o gestor público, quem tem que conversar em nome dele é o seu representante sindical. Nós não vamos oferecer para os sindicatos, milagres, porque a própria entidade há de saber que não existem milagres a serem feitos. Mas nós vamos começar a construir uma cidade, que nós vamos tentar propiciar a industrialização para que tenha outros recursos e nós possamos fazer a compensação tributária, e desta forma sanarmos todas as dívidas que tenhamos com os trabalhadores, com o Funpas e voltar a reequilibrar essa cidade e acreditar no seu crescimento a partir do servidor público”.
Resposta Roberta: Eu sempre costumo dizer que sou candidata a um governo de sucessão, mas o meu perfil político é bem diferente. O meu partido, inclusive, é diferente do prefeito Divaldo. Eu só acredito de um governo eficiente, ser ele for absolutamente técnico, e assim nós vamos trabalhar. Acredito na força dos sindicatos, quero sim ser muito próxima dos sindicatos, não só para ajudar a resolver as questões dos servidores, mas também para ajudar na construção da administração pública como um todo. Este governo valorizou mais de 40 categorias de servidores, cargo a cargo, por entender que, passando apenas o reajuste da inflação, isso não seria o suficiente para compor os salários já achatados em governos anteriores. E vamos sim continuar com essa política de conversar com as categorias para seguir valorizando cargo a cargo. Hoje temos um vale alimentação muito mais forte do que tínhamos no passado, que era até conhecido por vale pancho que era de R$ 2,50. Hoje o vale menor, se eu não me engano, é de R$ 600, ou seja, avançamos em muitos aspectos e vamos continuar avançando. Em relação ao piso do magistério, eu sempre defendo. Dívida a gente paga, e já no primeiro ano do meu governo, estudei a forma com o secretário da Fazenda, sabemos como fazer. Vamos chamar a categoria e vamos sim sanar esse déficit que temos com o magistério. Então, o meu compromisso é pagar o piso do magistério ao longo da minha gestão”.
Logo em seguida, João André fez a pergunta elaborada pela Asdaeb. “De que maneira pretende garantir que o DAEB continue público e oferecendo serviços de qualidade, acessíveis a toda a população, e ao mesmo tempo mantendo sua sustentabilidade financeira e operacional no longo prazo? Além disso, quais as estratégias pretende adotar para modernizar e ampliar a capacidade do DAEB frente aos desafios ambientais e de infraestrutura para cumprir com o novo marco regulatório do saneamento?”
Resposta Roberta: “O DAEB é nosso, não vamos privatizar. É uma missão do departamento, junto comigo, cumprir com as regras do marco legal do saneamento com a lei 14.026, que estabelece a universalização de acesso a água e esgoto até 31 de dezembro de 2033. Vamos fortalecer o DAEB, promover concurso público, qualificar cada vez mais o servidor e estar próximo ao departamento para que juntos a gente faça essa construção, sempre com o apoio do Executivo. Até esta data de 2033, 99% da população, diz o novo marco, tem que ter acesso a água. Nós já chegamos nesta marca, só precisamos avançar em relação ao saneamento, e com a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) vamos conseguir avançar muito na questão. As três fases que a ETE precisa para poder funcionar está em fase de licença, algumas questões burocráticas agora separam esse divisor de águas na história do saneamento básico de Bagé. Questões burocráticas que em breve devem ser resolvidas, então já no meu governo estaremos com a ETE funcionando a pleno e vamos avançar também nas questões ambientais, resolvendo a questão do saneamento. O DAEB é nosso e vai continuar sendo público”.
Resposta Álvaro: “A máquina pública é extremamente dependente do DAEB, que é autossuficiente. Os recursos auferidos pelo DAEB na cobrança das taxas de água, lixo e esgoto dá pra manter uma população de 300 mil habitantes. Bagé paga um custo altíssimo pela água, pelo serviço do DAEB que por óbvio se for privatizado, vai ser uma benevolência em favor de qualquer particular em detrimento do Poder Público. Não vamos jamais pensar em privatizar o DAEB que é uma máquina produtiva da nossa cidade, que nós pretendemos buscar a maior industrialização. O DAEB será muito incentivado, para que possa fazer os resgates dos nossos rios, arroios e das nossas matas ciliares, porque nós pensamos no crescimento da nossa cidade também com o turismo. Nós temos que saber como vai ser a questão da barragem, porque eu recebi de um responsável técnico, assim como ele me comunicou que passou para as mãos dos outros candidatos, um problema com a detonação na barragem que pode ter ocasionado algum prejuízo na sua área que já está edificada. São questões que tem que serem analisadas e trazidas a tona neste ambiente. Mas nós vamos cuidar do DAEB, e faremos juntos com os servidores que hoje nos escutam e com a população de Bagé, uma cidade muito mais feliz”.
O debate foi transmitido ao vivo pelo Facebook do Simba e pelo YouTube da Asdaeb. Para o presidente das duas entidades promotoras do debate, Clodoaldo Fagundes, os objetivos foram cumpridos, apesar de lamentar a ausência de um dos candidatos e com isso o debate ter sido prejudicado. Ele também pontua que o Simba e a Asdaeb saíram fortalecidos com a iniciativa, lembrando que todas as providências foram tomadas para que fosse um debate com qualidade em imagem, som, luz, mediação e também conforto e segurança para os debatedores. “Fizemos a nossa parte, que era oportunizar aos servidores e a comunidade bageense a possibilidade de ouvir todos sobre suas ideias”, assinalou.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*