Em Hulha Negra, em foto enviada ao jornal, problema registrado na estrada que dá acesso ao Passo do Neto Foto: Divulgação TP
O grande volume de chuvas que tem atingido a região nas últimas semanas tem agravado os problemas de trafegabilidade, principalmente nas estradas de chão batido, no interior dos municípios. Barro, atoleiro, dificuldade de passagem de veículos e caminhões tem sido comum pelo acúmulo de água.
Diversas mensagens têm chegado ao jornal a respeito da situação das estradas, situação agravada com a chuva. Em razão disso, após uma matéria publicada relacionada a Pedras Altas, nesta semana o jornal abriu espaço para que os secretários de Obras de Candiota, Valdenir Dutra, Hulha Negra, Igor Canto e Pinheiro Machado, Juliano Moreira, explicassem acerca da situação das estradas, dificuldades encontradas no período de chuvas e cronograma a ser seguido após a passagem das chuvas nos municípios.
Confira abaixo os posicionamentos, conforme os questionamentos do TP, feitos de forma igualitária aos três gestores:
CANDIOTA – Conforme o secretário de Obras, Valdenir Dutra, que nesta semana esteve em Porto Alegre a serviço, “a Secretaria está recuperando os trechos que estão mais danificados com a chuva, colocando bueiros e rachões (cascalho) nos pontos que estão fazendo barro”.
HULHA NEGRA – O município, assim como a região, tem enfrentado sérios problemas nas estradas do interior, causando dificuldades de tráfego. Em entrevista ao TP, o secretário de Obras e vice-prefeito Igor Canto destacou que a ação da chuva é catastrófica para o interior. Ele também explicou que o problema de Hulha Negra não é financeiro, mas sim de tempo, tanto para execução como clima adequado. “Exemplo, semana passada choveu quase toda semana e quando para, não da tempo de secar o material para trabalhar nas estradas. Não é possível colocar uma patrola na estrada nessas condições. O que está sendo feito? Tapa buraco em lugares pontuais, onde retiramos o barro com a patrola e colocamos material em cima para melhorar o tráfego”, afirmou.
O secretário confirma a necessidade de manutenção nas estradas. “No transporte escolar, os nossos motoristas estão trafegando em todos os pontos, já os contratados (terceirizados), não estão querendo entrar em alguns lugares alegando estar ruins. Em Hulha estamos tirando 55 mil litros de leite por dia e os caminhões não estão parando. As estradas estão difíceis? tem que patrolar? sim, mas não há caminhões atolados. As pessoas fazem contato pedindo para passar patrola, mas nessas condições não é possível. Sei que tenho seis corredores que precisam ser feitos. Fiz uma reunião há cerca de um mês, mas só consegui fazer um até o momento e ainda precisa ser concluído. Não estamos com condições de chegar no fundo da Hulha Negra, em locais mais longes. Uma empresa terceirizada está colocando material na Nova União, mesmo assim não conseguimos agir em corredores em razão do tempo. A situação dos corredores está difícil”, disse o gestor.
Ele lembrou que muitas melhorias já ocorreram ao longo da gestão, mas que as dificuldades estão ocorrendo em vários setores. “Sabemos que a parte pública é bastante cobrada, mas o trigo que seria plantado cerca de 7 mil hectares, não foi e teremos perda de 5 ou 6 mil hectares, porque as pessoas não conseguem colocar as máquinas nas lavouras; houve perda no leite, quem estava produzindo 800 litros passou para 500. Há lugares que a colheita está sendo feita com foice para tirar um pouco de produção, a chuva está causando transtornos gerais. Mas quanto ao caso da Obras, o trabalho precisa ser forte. Depois que parar a chuva os trabalhos começarão a ser feitos, estamos com três patrolas para os trabalhos”, afirmou Igor.
O gestor também disse que o período de chuvas está atrasando a obra de desvio que precisa ser feita pela estrada da Fepagro como um desvio para a obra de asfaltamento da estrada do Pampeano. “São 5km que ainda não conseguimos fazer. Vai ter que ocorrer uma força tarefa, com gastos de mais de 300 cargas de terra que ainda nem foi iniciado. Só foi colocado material no entorno, mas as coisas vão acontecer”.
Estradas do interior de Pinheiro Machado também estão com diversos problemas Foto: Divulgação TP
PINHEIRO MACHADO – Em material repassado ao jornal pela assessoria de Comunicação da Prefeitura, é lembrado que o município de Pinheiro Machado conta com uma grande malha de estradas vicinais que estão sofrendo muitos danos durante o período de chuvas. “Outra situação que ajuda agravar a precariedade das estradas é o grande número de empresas florestais que retiram madeira pelas vias do interior”, diz a nota.
Outro problema relatado no material, é que o “atual governo assumiu o município em 2021, onde se deparou com o maquinário em péssimas condições, necessitando fazer reparos gerais. Possuímos apenas três motoniveladoras e quatro retroescavadeiras, sendo que, destas, duas estão em funcionamento e duas em manutenção. O maquinário por ser muito sucateado, passa seguidamente por manutenções, o que dificulta o bom andamento da prestação de serviços”.
Ainda segundo o material, a Secretaria de Obras, após a manutenção de seus equipamentos, deu início a uma operação de patrolamento em sua malha viária, que se estendeu até o início do período chuvoso. A previsão é de que ao cessar das chuvas a Secretaria retorne os trabalhos com patrolamentos e operações tapa buraco.
* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso
