FRUTICULTURA

Segunda edição da Festa do Azeite de Oliva convida prefeitos para pensar o desenvolvimento regional

O avanço da olivicultura, a consolidação dos geoparques e as relações institucionais serão temas de fórum

Renato Fernandes, presidente do Ibraoliva Foto: Divulgação TP

Prefeitos dos municípios vizinhos a Caçapava do Sul, tanto do Centro do Estado, quanto da Campanha gaúcha e da Costa Doce, estão convidados para debater o desenvolvimento regional no Fórum de Integração. Este encontro irá ocorrer na tarde de sexta-feira, 06 de outubro – dia da abertura da 2ª Festa do Azeite de Oliva. Estão na pauta as principais demandas do setor oleícola, a consolidação dos geoparques Caçapava do Sul e Quarta Colônia e, ainda, as relações institucionais dos municípios com o Governo Federal.

A reunião está prevista para começar às 14h, na carreta auditório do Banco do Brasil – que estará estacionada junto do pórtico de entrada da Festa do Azeite de Oliva. A abertura do encontro será feita por Ricardo Zamora, secretário executivo da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Governo Federal. Ele representará o ministro Paulo Pimenta, que chega a Caçapava no sábado. Em sua abordagem, Zamora irá detalhar o relacionamento da região com o Executivo federal.

Estão previstas, ainda, as presenças do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Milton Fornazieri, dos deputados estaduais Frederico Antunes e Luiz Fernando Mainardi, da secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann; e do vice-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Ranolfo Vieira Júnior.

Logo após a palestra de Zamora,a vice-diretora do Geoparque Quarta Colônia, Michele Vestena, e o secretário de Cultura e Turismo de Caçapava do Sul, Stener Camargo, falarão sobre turismo. Eles irão detalhar o processo de criação de ambos os projetos credenciados pela Unesco no começo de setembro. A certificação de Geoparques Mundiais é válida por quatro anos e os dois os territórios têm o desafio de atender apontamentos feitos pela entidade internacional para renovar o título.

“Vamos abordar como está o planejamento das próximas ações. No território da Quarta Colônia, que engloba nove municípios, temos algumas dificuldades de infraestrutura pontuais, como a questão da visibilidade do Geoparque, que foi um dos apontamentos feitos pelos avaliadores. Temos estabelecidas etapas para avançar nessa questão. Estamos na segunda, que é referente a instalação de painéis e totens interpretativos, além de outdoors. Percebemos que o trabalho com a nossa rede de parceiros também vem ajudando a melhorar a infraestrutura física dos mirantes e museus, por exemplo. O trabalho de integração começa nessa rede e precisa ser levado a toda a região, com unidade linguística”, afirmou Michele.

Já o secretário caçapavano ressalta que a ampliação do fluxo de turistas, esperada com as certificações dadas pela Unesco, terá reflexos em toda a região. “O Geoparque, embora seja um projeto de Caçapava do Sul, vai agregar no turismo dos municípios vizinhos. Um turista que venha para Caçapava pode querer conhecer também, por exemplo, os Vinhos da Campanha. Isso é algo que já ocorre atualmente e que tende a aumentar”, observou.

A etapa final do encontro ficará a cargo do presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes. Embora ele também vá abordar temas ligados ao olivoturismo, sua palestra será centrada no principal gargalo enfrentado pelo setor atualmente: a concorrência desleal de azeites importados que chegam ao mercado brasileiro classificados de forma equivocada.

Um levantamento recente, feito pelo Ministério da Agricultura através de um painel sensorial, apontou que 90% dos produtos importados que se dizem “extravirgem” não possuem qualidade suficiente para serem enquadrados na classificação. São azeites virgens (sem a carga de polifenóis que traz os benefícios à saúde atrelados ao produto) ou, ainda, azeites “lampante”, que sequer são indicados para o consumo humano.

“Os gestores públicos precisam ter conhecimento dessa pauta. É importante que prefeitos estejam cientes desse engano. Pela posição que tem, eles precisam estar atentos e saber que a Anvisa deve começar a trabalhar sobre estes produtos. Contamos com eles para que ajudem a levar a informação às suas redes de saúde.O Ibraoliva já tem uma frente de trabalho junto à classe médica, principalmente aos cardiologistas, para que disseminem a informação correta”, afirmou.

Segundo Fernandes, existem dois aspectos importantes. Primeiro, garantir que o consumidor não seja enganado na gôndola do supermercado. E, também, que os produtores locais tenham condições de competir no mercado pela qualidade – e impulsionar o investimento e o impacto financeiro positivo nos municípios produtores.

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