Selic

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano na reunião do dia 22. Segundo o Copom, alguns fatores foram decisivos na manutenção da taxa de juros. O primeiro deles é que o cenário internacional piorou desde a última reunião, em fevereiro.Os episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento, diz o texto. Vale lembrar que, há duas semanas, o banco Silicon Valley Bank (SVB) quebrou e elevou o risco de uma crise financeira.

Segundo o Copom, a inflação global segue firme e forte, enquanto os demais bancos centrais seguem com os seus ciclos de aperto monetário.

Do lado do Brasil, a inflação ainda preocupa. Segundo o comunicado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), assim como as projeções para o indicador a médio e longo prazo, seguem acima da meta para a inflação. As expectativas de Banco Central são de uma inflação de 5,8% em 2023 e de 3,6% em 2024, um pouco abaixo das projeções do mercado de 6% e 4,1%, respectivamente.

Esta taxa Selic coloca o Banco Central em rota de colisão com o governo Lula. Este é o maior patamar da taxa básica de juros desde janeiro de 2017. A taxa Selic está estacionada desde agosto. Na visão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, este nível de juros está prejudicando o crédito no país e dificultando a recuperação econômica.

Aqui entramos nesta história de Banco Central independente. Independente de quem? Dos interesses dos pobres. A taxa Selic remunera os investimentos dos ricos no Tesouro Direto. Logo, os mais ricos querem uma taxa alta e levam. Quem define hoje a política do Banco Central são os ricos deste país independente de quem governa.

Com esta taxa Selic quem vai querer tirar o dinheiro parado rendendo lucros exorbitantes para investir, produzir riqueza e gerar emprego. Ninguém. Qualquer um que não seja muito pouco instruído sabe as razões pelas quais o governo quer baixar esta taxa de juros.

As explicações do banco central têm lá seus fundamentos, mas considerando a realidade interna e a inflação atual, prejudicar o país com argumento, entre outros, de que um banco americano andou falindo é uma certa dose de exagero.

Quem sempre defendeu um Banco Central independente sabia o que fazia. Hoje a dívida interna é tão ou mais impactante negativamente na vida da sociedade brasileira do que já foi um dia a dívida externa.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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