Não é admissível em pleno século 21, que uma cidade ou localidade, fique mais de duas horas sem energia elétrica. Entretanto essa realidade, especialmente depois que a concessão de energia elétrica foi repassada para a iniciativa privada, ou seja, indo da estatal CEEE para a empresa Equatorial Energia, os tempos de interrupção se alongaram. Tanto é assim, que ela amarga a penúltima posição no ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 2023, perdendo apenas, entre as grandes concessionárias, para a empresa do mesmo grupo, a Equatorial Goiás.
Em Candiota, ironicamente se tem duas usinas de geração de energia elétrica. Se sabe que não há relação direta entre ter uma usina na cidade e ter energia nos imóveis, pois são questões diferentes, sendo uma geração e a outra distribuição, porém não deixa de conter ironia que a Capital Nacional do Carvão Mineral produza (ou tenha capacidade para tal) 700 MW por hora de energia – podendo com isso suprir 2 milhões de pessoas, e amargue intermináveis horas com a falta de um item básico.
O problema agora está mais evidente em Candiota, porém as cidades e as zonas rurais da região também padecem com os índices altíssimos de descontinuidade no fornecimento.
Não tem como se conformar com esta situação. Estamos falando do básico dos básicos. Sem energia elétrica não há como as coisas acontecerem. Os prejuízos são incalculáveis, porque é impossível fazer a conta de quanto se perde quando se tem uma situação de mais de 12h sem energia, como aconteceu recentemente na Vila Residencial – bairro anexo à Usina de Candiota.
Os representantes da Equatorial estiveram reunidos com os empresários de Candiota nesta quinta-feira (7) e tem a promessa de se reunirem com os moradores da Residencial na próxima segunda-feira (11). Isso é louvável e elogiável, porém se espera uma ação com solução durável, um indicativo concreto de que essas interrupções parem de acontecer nesta frequência e com tanto tempo de duração. Isso gera insegurança, prejuízos e descompassos no desenvolvimento, que para acontecer não pode prescindir, como dito, do básico dos básicos, que é energia elétrica.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*